EQUIPA DA ADF
Vuyo Lumkwani acordou numa manhã em meados de Maio, sentindo-se incomodada, com uma dor de cabeça, nariz entupido, dores no corpo e tonturas. Ela foi para um centro de testagem da COVID-19 na zona de Chiawelo, em Soweto, África do Sul.
“Fiquei aterrorizada com os meus sintomas, porque pensei que podia ser COVID-19,” disse à The Associated Press.
Que alívio ter sido diagnosticada com uma gripe, afirmou.
Partes da África Austral experimentaram uma vaga menos severa de infecções pela COVID-19, na sua maioria com sintomas ligeiros, mas isso ocorreu mesmo numa altura em que as temperaturas começavam a baixar nos meses de Inverno.
“Agora, estamos na época de gripes … por isso, é gripe contra COVID-19,” gestora da unidade de Chiawelo, Magdeline Matsoso, disse à AP. “Quando fazemos os testes, descobrimos que a maioria deu negativo para a COVID, mas com sintomas de gripe.
“Deste modo, os pacientes recebem tratamento de gripe depois vão para casa, porque geralmente são casos relacionados com girpe e não com COVID.”
Como as pessoas podem notar a diferença?
É difícil, mas, mesmo assim, os especialistas recomendam que se devem tomar medidas de precaução: usar máscaras e fazer o teste logo que tiver os primeiros sintomas.
Em meados de Maio, África do Sul registou um aumento de número de novos casos de COVID-19 para uma média de 8.000 por dia, uma subida em relação à média do início de Abril, que foi de 300 por dia.
A Professora Marta Nunes, uma investigadora da Analítica de Vacinas e de Doenças Contagiosas, no Hospital Chris Hani Baragwanath, em Soweto, alertou que o número real de casos de COVID-19 era muito mais elevado, provavelmente porque muitas pessoas com sintomas ligeiros não foram testadas.
“Estamos a registar um ligeiro, um pequeno aumento em internamentos e muito poucas mortes,” disse à AP.
O aumento da África do Sul está ligado às duas variações da Ómicron, BA.4 e BA.5, que parecem semelhantes à estirpe original da Ómicron, que foi inicialmente identificada em Botswana e na África do Sul, em finais de 2021.
No Quénia, especialistas prevêem um aumento de infecções pela COVID-19 e pela gripe.
Dr. Ahmed Kalebi, um patologista e consultor independente, disse que os colegas do laboratório observaram que o aumento de casos de gripe é causado pelo vírus da gripe humana do tipo A, uma infecção contagiosa que ataca o sistema respiratório.
“Qualquer que seja a causa do actual aumento de doenças respiratórias virais e independentemente de ser devido a um aumento da gripe A com ou sem o aumento da COVID-19, as medidas de protecção continuam as mesmas para todos os casos,” disse Kalebi ao Nation Media Group, do Quénia.
O risco de infecção está a aumentar, porque os quenianos passam a maior parte do seu tempo dentro de casa durante as temperaturas mais frescas, de acordo com Susan Mochache, secretária principal do Ministério da Saúde do Quénia.
“Ficamos juntos em espaços com ventilação abaixo do ideal e com distanciamento social reduzido,” disse ao Nation Media Group. “Os sistemas de aquecimento também fazem com que o ar interior seja mais seco. Estudos demonstram que estas condições podem afectar significativamente a transmissão de vírus respiratórios.”
Desde que o Ministério de Saúde revogou a ordem nacional da obrigatoriedade do uso da máscara no dia 11 de Março, muitas pessoas voltaram a fazer o aperto das mãos sem utilizar desinfectante.
Actualmente, os especialistas estão a apelar para a vigilância e medidas de prevenção.
Dr. Patrick Amoth, director-geral interino do ministério, alertou que a pandemia ainda não terminou e que a COVID-19 ainda está na comunidade.
“Ainda não derrotamos este mal,” disse ao Nation Media Group. “Temos o vírus connosco e devemos continuar a observar as medidas e garantir que continuemos seguros.”