EQUIPA DA ADF
A pandemia da COVID-19 atingiu África de uma forma severa, mais ainda com a devastação económica do que com elevados registos de mortes e superlotação dos hospitais.
Como parte de uma resposta global em curso, o Banco Mundial anunciou 160 bilhões de dólares em capacidade de financiamento ao longo de 15 meses para mais de 100 países, incluindo até 50 bilhões de dólares para países africanos.
Estes empréstimos e subvenções são destinados a aliviar os países com dificuldades de lidar com perdas de emprego, insegurança alimentar, crianças fora da escola e sistemas de saúde sobrecarregados.
De acordo com estimativas recentes do Banco Mundial, a pandemia podia levar mais 40 milhões de africanos da África Subsaariana para a pobreza extrema este ano, anulando o equivalente a três anos de progressos.
“Os países terão de preparar-se para uma economia pós-COVID diferente, permitindo que capital, mão-de-obra, habilidades e inovação sejam trazidos para novos negócios e sectores,” defendeu o Presidente David Malpass na página da internet do Banco Mundial. “O apoio do grupo do Banco Mundial ajudará os países desenvolvidos a continuarem o seu crescimento e a responderem aos impactos da saúde, sociais e económicos da COVID-19 à medida que trabalham para uma recuperação sustentável e inclusiva.”
Prevê-se que cerca de 30 milhões de empregos sejam perdidos, visto que o investimento externo reduziu em 40% e o continente está a caminhar em direcção à sua primeira recessão em 25 anos.
“O mundo verá o primeiro aumento da pobreza extrema passadas mais de duas décadas,” Director-Geral de Operações do Banco Mundial, Alex Van Trotsenburg, disse num discurso preparado para um evento virtual no dia 17 de Outubro. “Esta reversão torna este Dia do Fim da Pobreza particularmente importante — um dia para focalizarmos na reduplicação dos nossos esforços e reconquistarmos o terreno que perdemos, principalmente em regiões como a África Subsaariana, onde a pobreza está a ficar mais concentrada.”
Os 50 bilhões de dólares para a África são destinados a proteger pessoas vulneráveis e pobres e apoiar empresas.
Desde Março, o Banco Mundial financiou aproximadamente 12 bilhões de dólares em respostas e projectos relacionados com a COVID-19 ao nível do continente, em forma de incentivos económicos, novas operações de cuidados sanitários e programas de segurança.
O Grupo do Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional apelaram aos credores bilaterais oficiais para suspenderem os serviços da dívida dos países menos desenvolvidos do mundo, 30 dos quais se encontram em África.
Mas Malpass disse que mesmo com a prorrogação do prazo de pagamento, que tinha sido determinada para terminar este ano, provavelmente não será suficiente. O perdão da dívida para as economias que estão a enfrentar dificuldades em África pode estar no horizonte.
“Esta crise global é um momento histórico decisivo,” disse Van Trotsenburg. “Para fazer progressos em relação aos desafios de desenvolvimento, o mundo precisa de se comprometer com a cooperação e a coordenação, quer no país em si, assim como entre países.
“Devemos trabalhar juntos e trabalhar melhor. Nenhum país ou organização pode fazê-lo sozinho. Devemos agir com coragem, de forma decisiva e em escala massiva.”