AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Durante a semana, Dr. Georges Bwelle, de 49 anos de idade, especializa-se em cirurgia intestinal no hospital principal, em Yaoudé, a capital de Camarões. Nos finais de semana, entretanto, ele sai para as ruas.
Ele lidera uma equipe de voluntários que se aperta num mini-bus e segue para as zonas recônditas. Uma pequena clínica móvel fornece cuidados de saúde básicos para os necessitados.
Recentemente, a sua organização não-governamental (ONG) chamada ASCOVIME visitou a cadeia de Nkongsamba, a cerca de 350 quilómetros a noroeste de Yaoundé. Os membros da equipa examinaram aproximadamente 500 prisioneiros e seus familiares.
Os voluntários trouxeram o equipamento, transformando uma sala próximo das celas num pequeno hospital de campanha, com departamentos para medicina geral, oftalmologia, estomatologia e pequenas cirurgias.
Um prisioneiro de 35 anos apareceu de imediato saindo de uma sala de operações, depois de uma cirurgia para hérnia.
“Graças a Deus, fiquei livre desta doença — os médicos cuidaram de mim,” disse.
A motivação de Bwelle para ajudar os outros pode remontar à sua infância.
Nascido numa família modesta, o jovem Bwelle viu a saúde do seu pai deteriorar-se, porque não tinha acesso a um médico especialista depois de um acidente rodoviário. Depois dos seus estudos, Bwelle começou a viajar pelo país.
“Com o pouco dinheiro que eu tinha, comprei medicamentos e tratei três a quatro pessoas, depois 10 e depois 100,” disse. Pouco a pouco, uma equipa de médicos, com habilidades diversas juntou-se a ele.
Em 2008, ele criou a ASCOVIME, um acrónimo francês que significa Associação de Habilidades para Melhoria da Vida.
A ONG leva a cabo cerca de 40 missões por ano, fornece consultas médicas para 40.000 pessoas, realiza cerca de 1.400 operações e oferece equipamento escolar para 20.000 crianças.
Na maior parte do tempo, a ASCOVIME visita as zonas rurais onde os cuidados de saúde são escassos e de difícil acesso.
As mais frequentes queixas médicas são malária, dores nas articulações e hérnia — problemas ligados ao trabalho da terra, disse Bwelle.