EQUIPA DA ADF
Grandes grupos estão mais uma vez a reunirem-se em restaurantes, eventos desportivos e locais nocturnos, sem máscara nem distanciamento social. Os países estão a abrir as suas portas para turistas e a abandonarem as restrições da COVID-19.
Muitas pessoas acreditam que a pandemia finalmente está a desaparecer. Contudo, os cientistas alertam que ainda existem motivos para sermos cautelosos.
Enquanto o vírus evoluía, ganhava habilidades para escapar da imunidade. Por exemplo, uma nova subvariante da Ómicron, BA.4.6, parece ter maior capacidade de escapar-se dos sistemas imunológicos do que as variantes anteriores que impulsionaram as recentes infecções no continente.
O vírus “simplesmente tem muitas formas de contornar as nossas estratégias actuais e simplesmente continuará a encontrar pessoas, a encontrá-las novamente e a perpetuar-se,” Dr. Eric Topol, director do Scripps Research Translational Institute, disse à The Associated Press.
Os cientistas esperam que a COVID-19 passe por mais alterações genéticas que irão permitir que o vírus se ligue a células humanas.
“Sempre que pensamos que vimos o pico das transmissões, o pico das propriedades de escape imunológico, o vírus ultrapassa isso numa outra proporção significativa,” disse Topol à AP.
Infelizmente, é muito difícil prever as novas variantes que irão propagar-se amplamente e quais delas irão desaparecer rapidamente.
“Elas são como tempestades tropicais,” disse a Dra. Michelle Barron, uma especialista em doenças contagiosas e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado. “Elas encontram-se distantes no oceano neste momento. Estamos cientes daquilo que elas têm o potencial de fazer, mas pode ser que nunca ganhem força suficiente para atingir a terra ou mesmo para se tornarem numa tempestade com um nome.”
Nova Ordem de Saúde Pública
Em finais de Setembro, a Comissão da União Africana e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças apelaram os governos, as organizações multilaterais e filantrópicas, o sector privado e outros grupos para apoiarem a Nova Ordem de Saúde Pública para África, que visa melhorar a segurança da saúde.
Motivada pela pandemia, a ordem apela para um maior investimento nas instituições de saúde de África, no pessoal de saúde e na capacidade de produção de suprimentos médicos, enquanto encoraja a colaboração em todo o continente, de acordo com um comunicado de imprensa.
Os líderes especificamente apelaram para o maior apoio dos programas de agentes comunitários de saúde em África.
“Os profissionais de saúde são um pilar de crucial importância para o bom funcionamento dos sistemas de saúde,” presidente sul-africano Cyril Ramaphosa disse num comunicado. “Mesmo assim, historicamente retirou-se a sua prioridade em debates sobre a melhoria dos sistemas de saúde. É bom, em termos económicos, investir no pessoal de saúde, uma vez que o retorno é mensurável e fiável.”