EQUIPA DA ADF
A China comunicou duas novas variantes da Ómicron da COVID-19, conhecidas como BA.5.1.7 e BF.7, no início de Outubro. As variantes propagaram-se rapidamente depois de terem sido inicialmente detectadas na Região Autónoma da Mongólia Interior, no noroeste da China, afirmaram as autoridades.
Em finais de Outubro, as variantes altamente transmissíveis tinham-se propagado para Bangladesh, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Singapura, Reino Unido e os Estados Unidos da América. Nessa altura, a BF.7 foi catalogada de “variante de preocupação” pela Organização Mundial de Saúde.
A BF.7 vem com mais mutações nas suas proteínas spike, de acordo com o thehealthsite.com. As proteínas spike são pedaços de material que o vírus utiliza para abrir as células humanas e entrar nelas e começar a replicar-se.
As novas variantes, assim como as subvariantes conhecidas como BQ.1.1, BQ.1, BQ.1.3, BA.2.3.20 e XBB encontram-se entre as subvariantes da Ómicron que se propagam com maior rapidez. Com base nos dados do Reino Unido, as variantes BQ, BA.2.75.2 e BF.7 encontram-se entre as variantes mais preocupantes devido à sua vantagem de crescimento e capacidade de evitar a imunidade, noticiou a Bloomberg.
De acordo com uma reportagem do dia 28 de Outubro, da revista Nature, as variantes BQ estiveram a causar infecções na Nigéria, África do Sul e em outras partes do continente.
A Dra. Bernadette Boden-Albala, directora e fundadora do programa de saúde pública da Universidade da California Irvine, disse estar preocupada com a possibilidade de que as novas variantes possam aumentar o número de internamentos e mortes pela COVID-19.
“As subvariantes que experimentámos até hoje derivam da linhagem da Ómicron, por isso, parecem causar doenças menos graves, mas a diferença é que elas possuem uma mutação no domínio que liga o receptor e permite que este passe através da nossa linha primária de defesa imunológica,” disse Boden-Albala ao everydayhealth.com. “Pode ser que a pessoa sinta os sintomas de COVID-19 muito pouco tempo depois da exposição. De agora em diante, a esperança é que as novas variantes também estejam associadas a doenças menos graves, mas não é uma garantia.”
Enquanto o vírus realiza mutações, ele causa sintomas diferentes. Nos primeiros dias da pandemia, a perda de olfacto, dificuldades de respirar e febres eram os sintomas mais proeminentes. Enquanto a BA.5.1.7, a BF.7 e outras variantes se propagam, os sintomas mais comuns reportados são: espirros, dores na garganta, prurido nasal, congestão nasal, tosse persistente e dores de cabeça, de acordo com a instituição sediada no Reino Unido, Zoe Health Study.
“Não está completamente claro por que razão esta mudança de sintomas está a ocorrer, mas os dados da Zoe são consistentes com aquilo que muitos de nós, os clínicos, estamos a ver nos nossos pacientes com a
nos últimos meses,” Dr. Dean Winslow, um especialista em doenças contagiosas e professor de medicina na Universidade Stanford, disse ao everydayhealth.com.
Embora os sintomas estejam a mudar, os especialistas afirmam que as melhores formas de prevenção da COVID-19 continuam a ser as mesmas, incluindo o uso adequado da máscara, a prática do distanciamento social e evitar locais com fraca ventilação e aglomerados.