EQUIPA DA ADF
Patrick Gono possui um talento de invejar com o pincel e está a utilizar as suas habilidades para uma causa importante.
Em Outubro, Gono, um artista autodidacta liberiano, concluiu a pintura de quatro murais vívidos, na cidade de West Point, Monróvia, como uma forma de educar o público sobre a COVID-19. Os murais apresentam pessoas a praticarem o distanciamento social enquanto usam máscaras e a comunicarem electronicamente em vez de comunicar em presença. Um dos murais apresenta um homem trajado de um lenço concebido de forma complexa e pintado com cores vivas.
No dia 17 de Outubro, o Embaixador dos EUA na Libéria, Michael McCarthy, e a sua esposa, Sandra McCarthy, tiveram um encontro com Gono e viram os murais em primeira mão. Gono recebeu uma subvenção da Embaixada dos Estados Unidos na Libéria para pintar os murais.
“Precisamos de estar preparados para a próxima vaga ou variante do vírus,” disse McCarthy. “Recordem-se que os casos eram muito poucos antes do ressurgimento que experimentamos em Junho e Julho. Queremos garantir que isso não aconteça de novo.”
Gono enfatizou a importância do projecto.
“Em nome da minha equipa, Libertação Através da Arte, agradeço a todos vocês da Embaixada por acreditarem em mim e me capacitarem para levar a cabo esta sensibilização,” disse Gono na sua página do Facebook.
Gono recebeu felicitações pelo seu trabalho de tão longe quanto Daytona, Ohio, uma cidade ocidental dos EUA, que é a cidade irmã de Monróvia. Em 2019, Gono foi nomeado primeiro artista residente de Daytona proveniente da Libéria.
Durante uma estadia de um mês, Gono visitou atracções regionais e locais, teve encontros com artistas locais e criou obras num espaço doado por uma empresa local de construção.Ele também criou um mural vívido que apresentava populações nativas americanas com trajes tradicionais com um fundo de um pôr-do-sol e águias em voo.
Amanda Grieve, a directora da galeria da Sociedade de Artistas de Daytona, disse que a visita de Gono foi importante para restabelecer as relações entre as duas cidades.
“Começa a impulsionar de novo essas relações. Aquele contacto entre pessoas é tão vital,” disse Grieve num artigo do Dayton.com. “É o começo da construção de uma ponte entre Daytona e Monróvia.”
Os murais de Gono não constituem a primeira vez que os liberianos transformaram a arte para divulgar mensagens sobre a COVID-19.
No ano passado, o presidente liberiano, George Weah, escreveu e divulgou uma canção de aproximadamente seis minutos com o título “Vamo-nos Unir e Lutar Contra o Coronavírus.”
A canção explica como a COVID-19 se propaga e apela para a lavagem das mãos. Ela também descreve os sintomas do vírus e explica como o vírus pode ser propagado. As Nações Unidas utilizaram a canção na sua campanha de sensibilização contra a COVID-19, #Don’tGoViral.
“Da Europa à América, da América à África, tomem precauções e estejam seguros,” cantou Weah.
Enquanto senador, em 2014, Weah gravou uma canção para consciencializar sobre o surto de Ébola na África Ocidental.
Depois de um aumento no número de infecções pela COVID-19, em finais de Setembro, muito poucos casos foram registados na Libéria durante a maior parte do mês de Outubro. De acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, a Libéria tinha registado 5.800 casos de infecções pela COVID-19 e pouco menos de 290 mortes, até ao dia 22 de Outubro.