AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Quando abriu em 1960, o hotel Ducor, em Monróvia, Libéria, era um dos únicos hotéis de cinco estrelas em África, orgulhando-se de ter uma discoteca e salas com ar-condicionado, de acordo com guias turísticos.
Recebeu VIPs como o antigo imperador etíope, Haile Selassie. Os visitantes ficavam no lounge próximo da piscina, tomavam coquetéis e viam o pôr-do-sol no Oceano Atlântico.
O Ducor fechou as portas em 1989, com a eclosão de guerras civis consecutivas, que decorreram de 1989 a 1997 e de 1999 a 2003. E rapidamente degradou-se.
“Deixa todos tristes,” disse Ambrose Yebea, um ministro de turismo aposentado que anteriormente oferecia visitas ao hotel.
Muitos dos líderes de África ficaram no Ducor durante a década de 1960 e 1970, com várias reservas de quartos durante a conferência de 1979 da Organização da Unidade Africana, havida em Monróvia.
Em 2011, a então Presidente Ellen Johnson Sirleaf efectuou a entrega do Ducor à Libyan African Investment Co. (LAICO), uma subsidiária do fundo soberano da riqueza da Líbia, como parte de um plano de reabilitação.
De acordo com um comunicado do governo de 2011, o hotel reabilitado teria 151 quartos, restaurantes, centro comercial, uma quadra de ténis e um casino e iria garantir empregos.
Contudo, o projecto, que contava com um outro plano de desenvolver uma fábrica de processamento de borracha, avaliado em 65 milhões de dólares, caiu por terra. A Libéria cortou ligações com a Líbia em 2011 quando o país entrou numa guerra civil. O trabalho de reabilitação parou.
“Foi um grande choque para nós,” disse Frank Williams, um trabalhador que disse que tinha sido uma das 150 pessoas empregadas pela LAICO. “Hoje estamos sem emprego.”
O projecto esteve parado desde então, e o seu futuro é incerto.
Algumas pessoas ainda têm esperança de ver o Ducor a renascer. Yebea, o funcionário do sector de turismo aposentado, disse que iria atrair turistas e gerar empregos.
“Todos os liberianos pensam da mesma forma,” disse. “Eles querem que o hotel seja reabilitado.”