EQUIPA DA ADF
Depois de três décadas de guerra civil, Angola ficou com um legado mortal: as minas terrestres. Embora o conflito tenha terminado em 2002, Angola continua a ser um dos países com mais minas no mundo. Em 2019, 76 pessoas morreram vítimas de explosões de minas.
Aproximadamente um quinto da população do país vive em zonas com minas, o que afecta todos os aspectos das suas vidas.
“As minas terrestres não apenas matam e mutilam pessoas inocentes, mas também isolam comunidades de necessidades básicas tais como fontes de água, vias de acesso e terras produtivas cruciais para o cultivo e para a pastagem do gado,” disse o grupo de desminagem APOPO.
O país estabeleceu uma meta de remover todas as minas até 2025 e fez progressos significativos, removendo e destruindo aproximadamente 10.000 engenhos explosivos, em 2019. Mas teve retrocessos devido a perdas de rendimentos causadas pela baixa dos preços do petróleo e pela recessão económica causada pela COVID-19.
Para ajudar Angola a manter-se num bom caminho, os Estados Unidos vão doar 11,1 milhões de dólares para a desminagem e gestão de depósitos de armas. Desde 1995, os Estados Unidos contribuíram com 145 milhões de dólares para estas causas em Angola.
“Vinte e cinco anos de apoio comprometido dos Estados Unidos para a desminagem humanitária resultaram na destruição de mais de 218.000 minas terrestres e outros engenhos explosivos perigosos e uma devolução segura de mais de 463 quilómetros quadrados de terras ao povo de Angola,” disse a Embaixadora dos EUA em Angola, Nina Marie Fite.
Parte do financiamento irá ajudar a reabilitar e construir 16 instalações de armazenamento de armas e munições assim como formar especialistas em gestão de depósitos de armamento. Desde 2006, os EUA ajudaram Angola a destruir quase 108.000 armas excedentes e 588 toneladas de munições obsoletas e desnecessárias.
Um dos grupos apoiados pelo financiamento, a HALO Trust, recrutou e formou equipas de desminagem, compostas exclusivamente por mulheres, a nível do país. O projecto da HALO, denominado 100 Mulheres na Desminagem, oferece capacitação e oportunidades a mulheres de zonas de baixo rendimento, muitas das quais mães solteiras.
“A diferença que fazemos na comunidade é enorme, porque as pessoas podem seguir com as suas vidas. Elas estão muito mais felizes porque se sentem seguras,” Rita Kassova Kachiponde, uma trabalhadora da desminagem, disse num vídeo da HALO Trust. “Ficarei muito, muito feliz quando Angola estiver livre de minas.”