EQUIPA DA ADF
Impulsionado pela variante Delta, a terceira vaga mortal da pandemia da COVID-19, na África do Sul, atingiu o seu pico em Julho.
Mas existe uma nova esperança no país mais afectado do continente, pois a campanha de vacinação começa finalmente a intensificar-se. Apesar de apenas uma fracção da população sul-africana estar completamente vacinada, os números da campanha estão a aumentar diariamente, assim como a reserva de doses do país.
Profissionais de saúde administraram mais de 5,3 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 e completaram a vacinação de aproximadamente 1,8 milhões de pessoas — pouco mais de 3% — de acordo com as estatísticas do governo anunciadas em Julho de 2019.
A Ministra da Saúde interina, Mmamoloko Kubayi, anunciou recentemente que os locais de vacinação pública serão abertos aos fins-de-semana, a partir de 1 de Agosto, com a meta de alcançar 300.000 pessoas por dia.
“Este tem sido um grande problema desde o início,” disse Dr. Nicholas Crisp, director-geral adjunto do Departamento de Saúde, durante um informe apresentado no dia 9 de Julho.
O registo de vacinas para pessoas de 35 a 49 anos arrancou no dia 8 de Julho. Na tarde seguinte, estavam inscritas 5,9 milhões de pessoas.
Embora esses números indiquem que o ritmo da campanha esteja prestes a aumentar rapidamente, os números que provocam mais alívio pertenciam às reservas de doses.
“Na manhã de quinta-feira [8 de Julho], tínhamos 3,6 milhões de doses nos frigoríficos,” disse Crisp. “Trata-se de 18 dias de vacinas. Esta é a posição mais forte em que já estivemos.
“Por isso, temos segurança da vacina.”
As perspectivas de longo prazo são igualmente promissoras.
Ao dirigir-se ao país, no dia 11 de Julho, o presidente Cyril Ramaphosa detalhou “um acordo histórico” no qual a empresa farmacêutica sul-africana, Aspen Pharmacare, vai fazer a entrega de mais de 17 milhões de doses da Johnson & Johnson “para o nosso país e os nossos países irmãos do continente africano.”
Ramaphosa também elogiou as notícias de que os Estados Unidos iriam doar 15 a 20 milhões de doses da vacina da Pfizer a países africanos, através da COVAX, a iniciativa para a distribuição das vacinas. Devido a essa doação, disse ele, a África do Sul terá vacinas suficientes para atingir as suas metas de 2021.
Entretanto, a África do Sul e a União Africana estão a negociar com a Johnson & Johnson para que todos os ingredientes da vacina sejam igualmente produzidos no continente.
“Como parte do esforço do fortalecimento da segurança de saúde no continente, existe um compromisso da Johnson & Johnson para se adaptar à estrutura actual,” disse Ramaphosa, “para que possamos produzir a vacina na África do Sul sob licença em vez de sob contrato, fazendo com que o nosso país e o continente tenham controlo sobre as vacinas.”
A variante Delta, que foi identificada primeiramente na Índia, está a impulsionar a terceira vaga de infecções. Contudo, a variante Beta, que foi primeiramente registada na África do Sul, continua a propagar-se, disse Kubayi num informe apresentado no dia 2 de Julho.
Os primeiros três dias de Julho viram mais de 71.000 casos confirmados, incluindo um recorde de mais de 26.000 casos diários, no dia 3 de Julho. A África do Sul registou mais de 2,3 milhões de infecções e aproximadamente 67.000 mortes desde o início da pandemia.
No seu discurso televisionado, Ramaphosa anunciou mais duas semanas de restrições rígidas, incluindo recolher obrigatório nocturno, a proibição de aglomerados e a proibição da venda de bebidas alcoólicas.
“O nosso sistema de saúde à escala nacional continua sob pressão,” disse.