EQUIPA DA ADF
Os profissionais de saúde sul-africanos e o presidente, Cyril Ramaphosa, receberam as primeiras doses da vacina contra a COVID-19 da Johnson & Johnson que chegaram ao país em meados de Fevereiro, enquanto as autoridades da saúde lutavam para conter a nova estirpe do vírus.
De 68 anos de idade, Ramaphosa disse que estava nervoso por estar a ser picado pela agulha comprida, mas aquela injecção na não doeu muito.
“Este dia representa uma meta real para nós como sul-africanos que finalmente as vacinas estão aqui e estão a ser administradas,” disse Cyril Ramaphosa, acrescentando que receber a vacina foi um “processo muito simples.”
“Gostaria de convidar os sul-africanos a submeterem-se a este processo de vacinação para que possamos todos estar seguros,” disse Cyril Ramaphosa. “Todos podemos ficar saudáveis.”
Fabricada nos Estados Unidos da América, a vacina da Johnson & Johnson é a primeira vacina de dose única a ser utilizada fora de ensaios clínicos, noticiou a Al-Jazeera.
A vacina demonstrou oferecer 57% de protecção contra infecções moderadas a graves de COVID-19 causadas pela nova estirpe sul-africana, que representa 90% dos casos do país, noticiou a Al-Jazeera. Esta vacina e a Novavax, outra vacina americana, são as únicas duas vacinas que demonstraram ser eficazes contra a variante.
A dose aplicada em Ramaphosa era uma das 80.000 entregues à África do Sul em meados de Fevereiro. Outras 420.000 vacinas de dose única da Johnson & Johnson deverão chegar em meados de Março, juntamente com 20 milhões de doses da vacina de dose dupla da Pfizer, também fabricada nos EUA.
As autoridades distribuíram as vacinas da Johnson & Johnson a cada província do país.
No Hospital de Khayelitsha, na Cidade do Cabo, Zoliswa Gidi-Dyosi, uma enfermeira e parteira registada, foi a primeira de cerca de 400 profissionais de saúde a receber a vacina. O Primeiro-Ministro provincial, Alan Winde, disse que as 13.000 doses enviadas para o Cabo Ocidental seriam administradas no prazo de uma semana.
“Fiquei tão emocionado ao ver fotos de profissionais de saúde a serem vacinados esta semana e por ouvir os primeiros anúncios de que se sentem bem e estão de volta ao trabalho,” disse Winde à Independent Online (IOL), da África do Sul.
Dra. Samantha Potgieter, uma especialista em doenças contagiosas que trabalha na enfermaria da COVID-19, no Hospital Universitário de Bloemfontein, foi a primeira pessoa a receber a vacina na província do Estado Livre.
“A ideia era de vacinar algumas pessoas para certificar de que tudo estava em ordem,” disse Potgieter à IOL. “Para verificar os nossos sistemas, para certificar que somos capazes de vacinar os outros com segurança. É extremamente importante vacinar os profissionais de saúde” para os proteger da exposição ao vírus e preservar a força de trabalho.
Mondli Mvambi, porta-voz do Departamento de Saúde da província do Estado Livre, disse que as autoridades de saúde aconselham a todos os profissionais de saúde a serem vacinados para ajudar a criar a imunidade comunitária.
“Criar uma imunidade comunitária no Estado Livre significa que 67% da população, que é de 1,9 milhões dos 2,9 milhões da província, será vacinada para garantir que esteja segura e não apanhe o vírus,” disse Mvambi à IOL.
Espera-se que Millanie Bennet, a enfermeira que administrou a vacina a Ramaphosa, seja vacinada dentro de uma semana depois de ter vacinado o presidente. Ela apelou a todos os profissionais de saúde do país a aderirem à vacinação.
“Agora fazemos parte dos fazedores da história, lutando contra a COVID-19 através da vacina,” disse Bennett à IOL “As vacinas irão salvar inúmeras vidas.”