O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) está a negociar com a empresa americana de produção de fármacos, Pfizer, para adquirir materiais para os medicamentos antivirais contra a COVID-19.
Em Novembro de 2021, a Pfizer anunciou que os comprimidos, conhecidos como Paxlovid, eram 89% eficazes para prevenir internamentos e mortes em pacientes de alto risco e que os comprimidos retêm a sua eficácia contra a altamente contagiosa variante Ómicron da COVID-19.
“Estamos a trabalhar de mãos dadas,” Director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong, disse durante uma conferência de imprensa do dia 13 de Janeiro. “Estamos em estreitas conversações com a Pfizer para ver o que pode ser feito para fazer com que os medicamentos estejam disponíveis no continente.”
Nkengasong disse que obter os materiais para os medicamentos da COVID-19 é a principal estratégia para combater a pandemia e reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde em 2022. Aumentar os testes de COVID-19 também é um elemento importante da resposta de África à COVID-19, disse Nkengasong. Os medicamentos antivirais são mais eficientes quando administrados nos primeiros dias da infecção.
“Se estes medicamentos estiverem disponíveis, as pessoas podem testar e tratar-se em casa e não sobrecarregar o sistema de saúde,” disse Nkengasong à Bloomberg. “É por isso que os tratamentos são muito importantes.”
Os comprimidos da Pfizer são tomados juntamente com o antigo antiviral, Ritonavir, a cada 12 horas durante cinco dias, com início pouco depois do início dos sintomas, o Director Científico da Pfizer, Mikael Dolsten, disse à Reuters.
“Estamos a falar acerca de um número surpreendente de vidas poupadas e internamentos prevenidos,” acrescentou Dolsten. “E, claro, se isso for implementado rapidamente, logo após a infecção, possivelmente venhamos a reduzir drasticamente a transmissão.”
Dr. Paul Sax, um professor da Escola Médica de Harvard, caracterizou os resultados dos testes da Paxlovid como sendo “muito animadores,” reportou a Reuters.
Em Novembro de 2021, a Pfizer submeteu os dados da Paxlovid à Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA para autorização de uso em situações de emergência.
O Paxlovid enquadra-se numa classe de medicamentos chamada inibidores de protease que são utilizados para tratar o HIV, a hepatite C e outros vírus. Em Dezembro de 2021, a Pfizer concordou em permitir os produtores genéricos a fornecerem versões do medicamento a 95 países de baixa e média renda, embora Dolsten tenha dito que a Pfizer provavelmente possa querer ser o principal produtor do comprimido em 2022.
“Com a chegada de novos medicamentos, parece que será possível e recomendável tratar até os casos ligeiros,” Abdou Salam Gueye, director regional de emergências para África, na Organização Mundial de Saúde (OMS), disse em meados de Janeiro de 2022.
Nessa altura, a OMS reportou que a quarta vaga da COVID-19 de África, impulsionada pela variante Ómicron, tinha reduzido. O número de mortes era inferior em comparação com as vagas anteriores e o número de internamentos continuou baixo.