O processo da vacina testada no Burkina Faso e no Mali pode reduzir a doença da malária e as mortes em até 70%, afirmam os cientistas.
O ensaio do medicamento centrou-se em dar a crianças menores uma versão modificada da vacina que esteve em uso por 20 anos, assim como a administração de medicamentos antimaláricos, numa altura do ano em que as crianças estão mais vulneráveis. Na África Ocidental, a malária propaga-se quando a época chuvosa começa, por volta do mês de Junho, quando os mosquitos se reproduzem e picam.
Os investigadores afirmam que ficaram surpresos com a eficácia que a combinação da vacina e do medicamento acabou por ter. Os testes duraram três anos. Os cientistas afirmam que três doses da vacina e medicamentos antes da época chuvosa, seguido de uma dose de reforço, antes da época chuvosa seguinte, preveniram e controlaram a doença de forma muito mais eficaz do que as vacinas ou os medicamentos por si sós.
Nenhuma parte do mundo sofre mais da doença do que África. Em 2019, mais de 90% dos 230 milhões de casos de malária a nível mundial ocorreram em África, a maior parte sendo em crianças. A doença mata 400.000 pessoas a nível global anualmente, maior parte delas com idade inferior a 5 anos.
A revista New England Journal of Medicine publicou os resultados. O ensaio fez o acompanhamento de 6.000 crianças com idades inferiores a 17 meses em dois países e concluiu que a vacina causou reduções significativas no número de casos de malária, internamentos e de mortes.
FWAfrica comunicou que a GlaxoSmithKline criou a vacina, chamada RTS,S, há mais de 20 anos. A vacina mata os parasitas que se multiplicam rapidamente no fígado. Os medicamentos antimaláricos atacam os parasitas que se encontram nos glóbulos vermelhos do corpo.
O site de ciências, Nature, comunicou que a versão original da vacina já foi administrada a mais de 740.000 crianças de Gana, Quénia e Malawi, no âmbito de um programa de vacinação de rotina para crianças.