EQUIPA DA ADF
Oque começou como uma pequena ideia entre duas médicas residentes nos Estados Unidos que queriam ajudar a sua terra natal, Sudão, com uma resposta à COVID-19 passou a ser algo muito maior.
A Dra. Reem Ahmed, da Universidade de Emory, Geórgia, e a Dra. Nada Fadul, da Universidade de Nebraska, reuniram-se nos primeiros dias da pandemia enquanto trabalhavam para grupos de advocacia, como a Associação Médica Sudanesa-Americana e a Coligação de Organizações Sudanesas Contra a COVID-19.
Elas angariaram fundos, coordenaram o envio de material e equipamentos e realizaram uma formação com currículo virtual em três universidades sudanesas.
Apesar de estarem há mais de 11.000 quilómetros de distância, reconheceram o impacto que a sua experiência como médicas podia ter na sua terra natal.
“Começámos com um lançamento de ideias entre nós sobre como podíamos ajudar a gerir os casos ligeiros a graves,” disse Ahmed à ADF. “Pensamos em utilizar o recurso humano de todos os estudantes das escolas e universidades de medicina que tinham sido todas encerradas por causa da pandemia.”
A criação de Ahmed e Fadul foi a Equipa de Resposta Médica Comunitária (CMRT, na sigla inglesa), uma iniciativa que forma e envia estudantes sudaneses com conhecimentos médicos pelo país, para tratar de pacientes da COVID-19 nas suas casas.
Ahmed, Fadul e outros especialistas do mundo inteiro realizam sessões de orientação e de formação virtuais com um grupo de 40 estudantes. Estes são pagos para trabalhar no Sudão como formadores de uma equipa maior de 150 voluntários que implementam o programa, bairro por bairro.
“No começo, entramos em contacto com estudantes de medicina e depois um estudante colocou-nos em contacto com uma rede de estudantes — de enfermagem, farmácia, estomatologia,” disse Fadul. “Foi óptimo, porque não são todos os bairros que têm estudantes de medicina. Talvez um possa ter um estudante de farmácia, um outro de enfermagem, e mais. Depois temos uma equipa.”
Os estudantes criaram outras redes e fortaleceram as colaborações já existentes. Depois recrutaram voluntários em 50 bairros para iniciar o programa.
“Ficou bem claro que precisávamos de aceitação por parte dos ministérios e precisávamos de aliados nas comunidades,” disse Fadul. “Precisávamos de fazer parcerias com os líderes, como o imam da mesquita local, um médico local, o comité de resistência ou o comité de serviços comunitários do bairro.”