EQUIPA DA ADF
Obangame Express 2022, o exercício internacional conjunto, que avisa melhorar a segurança marítima no Golfo da Guiné e no Oceano Atlântico, produziu resultados no mundo real, em meados de Março.
Enquanto 32 países participavam no exercício deste ano, a marinha nigeriana interpelou uma embarcação por cometer “ilegalidades” nas águas nigerianas.
“As actividades obscuras da embarcação foram alvo de monitoria por parte do sistema de vigilância da marinha nigeriana, Falcon Eye, e o navio da marinha nigeriana Ekulu foi retirado do exercício Obangame para interceptar e apreender a embarcação,” Director de Informação Naval da Nigéria, Comandante Adedotun Ayo-Vaughan, disse ao jornal nigeriano Vanguard. “Interrogatórios subsequentes revelaram que a embarcação, que tinha 14 membros de tripulação a bordo, foi encontrada com quantidades não especificadas de petróleo bruto.”
Ayo-Vaughan disse que a embarcação não foi capaz de fornecer documentação adequada das suas operações e tinha desligado os seus sistemas de identificação automática durante três semanas.
“O exercício Obangame Express 2022 também testemunhou a apreensão de sete cidadãos beninenses, num barco comprido feito de madeira, totalmente carregado com uma quantidade não especificada de produtos à base de petróleo proveniente de fontes questionáveis,” Ayo-Vaughan disse ao Vanguard, embora não tenha especificado quando estas apreensões foram feitas.
No dia 14 de Março, a marinha nigeriana apreendeu cinco suspeitos ladrões de petróleo que operavam um batelão e um rebocador, também durante o exercício Obangame Express 2022.
“Estas apreensões demonstram e reforçam a decisão da marinha nigeriana de manter de forma consistente a sua postura agressiva contra o roubo de petróleo e outras ilegalidades marítimas,” disse Ayo-Vaughan.
Patrocinado pelo Comando dos EUA para África, o exercício com duração de uma semana, que terminou no dia 18 de Março, teve lugar em cinco zonas de exercício que se estendem desde o Senegal até Angola. O Senegal foi o anfitrião do evento.
Ao longo do exercício, as marinhas foram treinadas em técnicas de abordagem, operações de busca e salvamento, resposta médica para baixas, comunicações via rádio e gestão de informação.
O exercício terá como alvo criar um ambiente marítimo seguro para o envio de produtos e outras actividades económicas através da prevenção da pirataria, roubos no mar, roubo de petróleo bruto, banca ilegal e outras formas de criminalidade no nosso domínio marítimo, Contra-Almirante da marinha nigeriana, Idi Abbas, disse numa reportagem do canal de notícias nigeriano, Plus TV Africa.
O vice-almirante Awwal Gambo, chefe de pessoal da marinha nigeriana, observou que a Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento estimou que a zona de comércio livre continental de África possui o potencial para melhorar o comércio intra-africano em 33% e cortar o défice do comércio do continente em 21%.
O Obangame Express, disse, tem como objectivo melhorar a colaboração regional, a partilha de inteligência e harmonizar as estruturas jurídicas dos países da região. “Desta forma, prevê-se que a Nigéria e, de facto, a marinha nigeriana desempenhem um papel de liderança neste aspecto,” disse Gambo, na reportagem da Plus TV Africa.
Este ano oito membros do pessoal médico do Comando de Prontidão Médica e Formação da Marinha dos EUA participaram em todas as cinco zonas de exercício na África Ocidental. No Senegal, a equipa partilhou técnicas de prestação de cuidados essenciais com os membros da marinha senegalesa a bordo do navio de patrulha senegalês, Fouladou. A equipa também fez a gestão de uma clínica médica na sede da marinha senegalesa, em Dakar.
Um elemento importante do exercício é praticar o uso da Seavision, uma ferramenta de conscientização do domínio marítimo que ajuda os profissionais de centros de operações a rastrearem embarcações no mar. Criada em 2012 pelos EUA, esta ferramenta é utilizada por cerca de 25 países africanos para fazerem a monitoria das suas águas.
Os participantes agradeceram pela forma como o Obangame faz a réplica de cenários e desafios do mundo real.
“Saímos extremamente beneficiados desta parceria,” disse o Suboficial Baboucarr Ndow, da Gâmbia. “Desde que estes exercícios começaram, temos estado a melhorar no que diz respeito à abordagem. Estamos lentamente a controlar os nossos mares através das ferramentas MDA que nos foram fornecidas pela marinha dos EUA.”
O Obangame Express 2022 contou com a participação de 20 marinhas de África: Angola, Benin, Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Marrocos, Namíbia, Nigéria, República do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa e Togo.