EQUIPA DA ADF
O governo dos EUA anunciou, no início de Setembro, que iria doar equipamento de produção de oxigénio e um sistema de isolamento de pressão negativa para ajudar profissionais de saúde ganenses a tratar de pacientes de COVID-19 em estado grave.
Os sistemas de isolamento de pressão negativa garantem que os pacientes, independentemente da sua condição, recebam atendimento médico, incluindo cirurgias, sem contaminar o ar que entra ou sai da sala de tratamento.
Os EUA também irão doar quatro instalações de produção de oxigénio ao Gana, cada um deles com capacidade de produzir 250 litros de oxigénio por minuto, o suficiente para tratar cerca de 25 pacientes em estado grave por dia.
As instalações serão montadas no Centro de Doenças Contagiosas do Gana (GIDC), no Hospital de Kumasi South e no Hospital de Tamale West. Uma outra instalação já foi entregue ao Hospital Municipal de Cape Coast.
“Este apoio em oxigénio é de grande importância a curto prazo para ajudar a lidar com as necessidades de cuidados de pacientes de COVID-19 em estado grave e, a longo prazo, fortalecer o fornecimento de oxigénio do Gana, os cuidados intensivos e os cuidados materno-infantis,” embaixadora dos EUA no Gana, Stephanie Sullivan, disse numa reportagem do jornal ganense, The Daily Graphic.
O Ministro de Saúde do Gana, Kwaku Agyeman Manu, disse que a doação dos EUA veio em tempo oportuno e foi essencial devido às carências de oxigénio no país. Depois de um aumento significativo no início de Agosto, as taxas de infecção no Gana baixaram gradualmente em Setembro.
“Estávamos bem até que a nova variante Delta, que se propaga de forma mais rápida, chegou porque a nossa adesão aos protocolos baixou para cerca de 5%,” disse Manu ao The Daily Graphic, num apelo público para que o povo aderisse às medidas básicas de prevenção. “O governo está ansioso por alcançar zero novas infecções por dia por cerca de seis meses. É nessa altura em que nós, os que estamos na linha da frente, iremos respirar de alívio.”
Dr. Joseph Adjetey Oliver-Commey, director interino do GIDC, também expressou gratidão pelas doações. O centro, agora com a capacidade de 100 camas, apenas tinha 30 camas funcionais, em grande parte, devido à falta de capacidade de produção de oxigénio. Mais de 80% dos pacientes do centro tinham casos de COVID-19 em estado grave a crítico até ao dia 10 de Setembro, disse Oliver-Commey ao The Daily Graphic.
“Esta é a população para quem o fornecimento de oxigénio é de extrema importância para a sua sobrevivência,” disse Oliver-Commey ao jornal. “Infelizmente, perdemos 39 casos (15,2 por cento) dos nossos clientes.”
Os EUA doaram mais de 30 milhões de dólares em apoio ao Gana desde que a pandemia começou.
Em Maio, o Gana concluiu a primeira fase de um programa de formação em gestão de casos críticos da COVID-19 promovido pelos EUA no GIDC. O programa, que formou 86 clínicos ganenses, centrou-se na terapia de oxigénio, ventilação mecânica, gestão de vias respiratórias, oximetria de pulso, monitoria da pressão sanguínea e inserção de dreno torácico.
O programa também criou centros de prestação de cuidados críticos em todos os hospitais regionais do Gana para reduzir a pressão sobre as unidades sanitárias.
Outros donativos dos EUA vão desde 2 hospitais de campanha de nível II, com tecnologia de ponta, até uma instalação de tratamento gerida pelas Forças Armadas do Gana, em Acra, e uma quantidade de suprimentos médicos, numa altura em que o número de casos da COVID-19 aumentava, no ano passado.
O Comando dos Estados Unidos para África também realizou formações sobre prestação de cuidados de feridos em combate táctico, exercícios de prontidão médica e conferências de resposta à pandemia.
O Gana destacou-se entre os países africanos por demonstrar empatia e clareza nas comunicações durante uma emergência de saúde, num livro intitulado “Political Communication and COVID-19: Governance and Rhetoric in Times of Crisis” (Comunicação Política e COVID-19: Governação e Retórica em Tempos de Crise), publicado em Março.
O Presidente ganense Nana Akufo-Addo também ganhou elogios por um lista abrangente de medidas proactivas tomadas numa altura em que o vírus mortal ganhava espaço no continente.