EQUIPA DA ADF
Duas semanas depois de Ruanda registar o seu maior número de mortes num dia, o governo dos EUA doou cinco máquinas de raio-X ao Centro Biomédico do Ruanda.
Avaliadas em 218.360 dólares, as máquinas de raio-X ajudarão a diagnosticar e tratar de pacientes da COVID-19 no Centro de Tratamento de Kanyinya, Hospital de Referência de Kibungo, Centro de Tratamento de Kinihira, Hospital de Referência de Ruhenger e no Hospital Universitário de Butare. As máquinas também podem ajudar a diagnosticar outras doenças respiratórias.
Os EUA doaram aproximadamente 16,9 milhões de dólares destinados à resposta do Ruanda à COVID-19 desde que a pandemia começou.
“Os Estados Unidos e o Ruanda têm uma parceria forte em matérias de saúde pública,” Deb MacLean, oficial responsável da Embaixada dos EUA no Ruanda, disse na cerimónia de entrega. “Quando trabalhamos juntos, salvamos vidas a cada dia.”
As doações anteriores dos EUA financiaram a construção de estações de lavagem das mãos em todo o Ruanda; campanhas de comunicação sobre a COVID-19; viaturas para facilitar o rastreamento de contactos; equipamento e suprimentos de diagnóstico laboratorial; formação de profissionais da linha da frente; e equipamento de protecção individual e equipamento médico, incluindo ventiladores, monitores para os pacientes, camas hospitalares, unidades de cuidados intensivos, vídeo-laringoscópios e oxímetros de pulso.
O aumento do número de mortes pela COVID-19 e o aumento significativo de novas infecções devem-se à altamente contagiosa variante Delta, Ministro de Saúde do Ruanda, Dr. Daniel Ngamije, disse numa entrevista transmitida pela televisão. Durante um período de cinco semanas que terminou no dia 7 de Julho, o Ruanda registou 18.000 casos.
“A partir de conversas com médicos da linha da frente e com pacientes, a gravidade da doença, os novos sintomas, tais como dor de cabeça, fadiga e dificuldades de respirar, levam-nos a concluir que a variante Delta está presente,” disse Ngamije. “Antes eram necessários pelo menos dois meses para que o Ruanda alcançasse grandes números de infecções como estes. Mas nesta vaga, foram necessárias apenas quatro semanas para se atingir o pico, uma outra característica da variante Delta.”
Pouco mais de 4% da população do Ruanda de 12,6 milhões de habitantes recebeu pelo menos a primeira dose da vacina contra a COVID-19.
Em Julho, o Ruanda assinou uma parceria no valor de 3,6 milhões de dólares com a União Europeia, para ajudar a modernizar a capacidade laboratorial do país no sentido de atrair investidores para produzir vacinas contra a COVID-19, noticiou o jornal The East African. Os fundos serão utilizados para melhorar o controlo de qualidade dos produtos médicos do Ruanda e para a aquisição de certificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O que assinamos é um passo para remodelar e também para fortalecer a Autoridade de Alimentos e Medicamentos do Ruanda,” Clare Akamazi, presidente do Conselho de Desenvolvimento do Ruanda, disse à CNBC Africa. “O dinheiro que iremos receber da EU irá apoiar a aquisição de equipamento laboratorial para torná-la uma instalação moderna que permitirá que o Ruanda obtenha uma certificação da OMS.”
Akamazi acrescentou que a certificação da OMS ajudará a atrair investidores que desejam produzir vacinas contra a COVID-19 no Ruanda. O país negociou com produtores da vacina para produzir vacinas a nível interno a partir de Maio.
O Ruanda precisa de pelo menos 13 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 para vacinar 60% da sua população — aproximadamente 7,5 milhões de pessoas — até Junho de 2022. Até ao dia 6 de Agosto, o Ruanda tinha administrado aproximadamente 854.200 doses da vacina contra a COVID-19, noticiou a Reuters.