EQUIPA DA ADF
As Forças Armadas do Chade fizeram o lançamento de um projecto piloto para criar um fornecimento auto-sustentável de produtos alimentares para o exército, através do desenvolvimento de explorações agrícolas nos postos avançados do exército.
Os graduados da Escola Agrária do Exército do Chade iniciaram a primeira machamba da base no centro de formação militar de Koundoul. As terras lavradas e irrigadas cobrem cerca de 6,5 hectares dentro do complexo militar e possuem culturas tais como o arroz, feijão, melancias, hibiscos, tomate, beringela e cebola.
“A criação da Exploração Agrícola das Forças Armadas despertou as habilidades que aprendemos em Koundoul,” Tenente Adam Eritero Cordubo, um dos graduados do curso de 2019, da escola agrária, disse à ADF. “As nossas habilidades aprendidas na escola são utilizadas diariamente aqui.”
Os produtos da exploração agrária alimentam os soldados da base de Koundoul e do quartel-general das Forças Terrestres Chadianas, em N’Djamena. Uma parte da colheita vai para o armazenamento a longo prazo e para o banco de sementes para plantio futuro.
Desta forma, a pressão sobre o Exército para adquirir produtos alimentares dos mercados à volta da capital N’Djamena é reduzida, o que representa uma vantagem para os civis,” Ladiba Gondeu, antropóloga social da Universidade de N’Djamena, disse à ADF.
As Forças Terrestres Chadianas incluem 28.000 soldados em 12 comandos de zona e oito centros de formação espalhados pelos mais de 800.000 quilómetros quadrados. As forças chadianas são fundamentais para a Força Conjunta G5 do Sahel, que luta contra extremistas na região entre o Sahara e a África tropical.
“A logística de qualquer espécie é um tema altamente desafiador para abordar,” Stuart Bracken, um assessor das Forças Terrestres que trabalha na contratada americana, Apogee Systems Corp., disse à ADF.
A Escola Agrária do Exército iniciou em 2008, com o apoio financeiro da Embaixada da França para formar os soldados em habilidades que podem utilizar para ganharem a vida depois de abandonarem a vida militar. Desde então, a escola formou 100 pessoas a cultivar a terra.
A agricultura perfaz cerca de 52% da economia do Chade e emprega 80% da sua mão-de-obra. Apesar disso, a segurança alimentar é um desafio constante. Secas, conflitos regionais e a falta de terras aráveis, muitas vezes, reduzem a quantidade de alimentos que o país é capaz de produzir, resultando em carência, de acordo com o Programa Mundial de Alimentação, das Nações Unidas.
O projecto Koundoul garante que haja uma fonte confiável de produtos alimentares para o exército do país enquanto faz o uso das habilidades que os soldados desenvolvem na escola agrária. Juntamente com os 6,5 hectares arados, o projecto Koundoul também acrescentou um edifício agrário de 47 metros quadrados, incluindo escritórios e espaço de armazenamento.
A primeira exploração agrária foi desenvolvida como um teste. Se os líderes militares apoiarem e encontrarem fundos, o projecto agrário pode ser replicado em todas as 12 zonas.
Os agricultores habilidosos das Forças Terrestres estão prontos para criarem a sua marca.
“Esperamos que, através do nosso trabalho, possamos tornar o comando melhor, mas precisamos de apoio,” disse o Capitão Mohammed Ismael Ahamet, outro graduado do curso de 2019 da escola agrária. “Com mais apoio, seremos capazes de prestar assistência ao comando e ao país com toda a força.”