VOZ DA AMÉRICA
Grace Chakudza deu à luz, em Novembro de 2019, um menino saudável — o seu quarto filho — na Clínica Comunitária Achikondi. Foi inaugurada em 2008 para ajudar as mulheres pobres a darem à luz em segurança.
Desde então, a clínica realizou mais de 8.800 partos bem-sucedidos sem a perda de mãe ou filho, de acordo com o seu fundador. É um número recorde no Malawi, onde o Fundo das Nações Unidas para a Infância diz que a taxa média de mortalidade por 1.000 nascimentos é de 22 mortes para bebés e seis para mães.
Chakudza agradece pelos cuidados que recebeu da clínica. “Há uma grande diferença”, disse. “Há congestionamento nos hospitais públicos. As mulheres dão à luz no chão. E, às vezes, uma enfermeira é responsável por três mães grávidas. Isto compromete a saúde das mães e dos filhos. Mas aqui recebi um bom tratamento.”
O número de partos bem-sucedidos relatados pela clínica significa que supera não só a média global de 17 mortes de recém-nascidos por mil nascimentos, mas também a média de nações ricas.
A Grã-Bretanha concedeu este ano à fundadora da clínica Charity Salima o prémio Commonwealth Points of Light Award, chamando-a de Florence Nightingale do Malawi, a fundadora inglesa da enfermagem moderna.
Salima atribui o mérito à forma como a clínica lida com emergências médicas.
“Todo este sucesso chegou porque podemos fazer transferência sempre que houver uma complicação o mais rápido possível”, disse Salima. “Detecção precoce de qualquer anormalidade e de qualquer transferência — isso é o que nos tornou bem-sucedidos.”
Os serviços na clínica são gratuitos. A instalação foi construída com doações da Escócia e da Organização Norueguesa de Enfermeiros. A instituição de caridade norte-americana Freedom From Fistula Foundation, que ajuda a tratar lesões no parto, financia a clínica.
Apesar da sua boa reputação, Salima diz que a clínica tem desafios. Por vezes, carece de recursos financeiros, e a energia solar pode ajudar porque o serviço de electricidade, às vezes, é inconsistente.