Os países reuniram-se em Novembro para participar no Grand African Nemo 2025, um exercício anual que visa aperfeiçoar as competências de segurança marítima das marinhas costeiras da África Ocidental.
O evento, com duração de uma semana, teve como objectivo fortalecer a capacidade das marinhas de cooperar na resposta aos crimes marítimos no Golfo da Guiné, incluindo a pesca ilegal, a pirataria e o tráfico de pessoas e drogas. Ele teve início no dia 10 de Novembro em Acra, Gana.
O exercício, liderado pela Marinha Francesa, integrou centros nacionais de operações marítimas, centros multinacionais de coordenação marítima (MMCCs) e centros regionais de informação em Abidjan, Costa do Marfim; e Pointe-Noire, República do Congo. O exercício centrou-se no reforço da coordenação, da colaboração e da interoperabilidade regionais.
Mais de 55 recursos navais e da guarda costeira e 11 aeronaves foram destacados para o exercício.
Eles realizaram exercícios simultâneos em várias zonas marítimas. O ComodoroStephen Billince Anyam, vice-chefe do Estado-Maior para operações e treino no Quartel-General da Marinha do Gana, em Burma Camp, disse que o exercício é fundamental para manter a segurança marítima regional.
”Cada país participante tem uma responsabilidade específica,” Anyam disse numa reportagem da agência de notícias online ganesa, The Sikaman Times. “Alguns centram-se em operações de combate à pirataria, outros lidam com o tráfico de seres humanos e de drogas, enquanto outros têm a tarefa de realizar missões de busca e salvamento. Esta coordenação garante que respondemos de forma rápida e eficaz às ameaças no mar.”
Os países participantes foram Angola, Benin, Camarões, Costa do Marfim, Senegal, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, República do Congo, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa e Togo. A Dinamarca, a Itália, a Mauritânia, o Marrocos, Portugal e a Espanha apoiaram o exercício com recursos navais, aeronaves e equipas especializadas.
De acordo com a plataforma defenceWeb, a França destacou o seu navio de assalto anfíbio da classe Mistral FS Tonnerre e operou em cooperação com várias marinhas africanas. O navio acolheu um curso de formação regional que envolveu cerca de 40 oficiais, combinando instrução de comando e controlo com exercícios no mar. Estes incluíram uma simulação de interdição de drogas realizada com a Marinha Nigeriana.
O capitão da Marinha da Costa do Marfim, Daniel Gnamiene Ehu, director do MMCC para a Zona F em Acra, elogiou a Marinha Francesa pelo seu apoio desde o início do Grand African Nemo em 2018.
”Durante sete dias, as Marinhas e Guardas Costeiras irão destacar navios nas nossas águas, juntamente com as Marinhas Francesa e Espanhola, para praticar cenários em tempo real envolvendo pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, pirataria, tráfico de drogas, tráfico de seres humanos e poluição marítima,” Ehu disse numa reportagem da Agência de Notícias do Gana, no início do exercício.
Através do MMCC para a Zona G em Praia, Cabo Verde, equipas de abordagem das marinhas da Gâmbia e do Senegal realizaram operações de segurança marítima a bordo de um navio da Marinha Marroquina. Os países da Zona G do MMCC são Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali e Senegal.
Outros exercícios centraram-se na interdição de narcóticos e contrabando, resposta à poluição e protecção ambiental, busca e salvamento, procedimentos de abordagem e inspecção e partilha de informações através de centros de coordenação regionais.
Várias agências marítimas internacionais também contribuíram com os seus conhecimentos especializados, incluindo o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, a Interpol, a União Europeia, a Agência Europeia de Controlo das Pescas, a agência francesa de resposta à poluição Cedre, o Comité das Pescas do Golfo Centro-Ocidental da Guiné e a Comissão Regional das Pescas do Golfo da Guiné.
