o Benim, a Costa do Marfim, o Gana, a Guiné e o Togo a combaterem a propagação do terrorismo nos próximos 10 anos.
A Vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, fez o anúncio durante uma visita ao Gana. O Presidente do Gana,
Nana Akufo-Addo, agradeceu o compromisso, tendo chamado o terrorismo um “veneno.”
“Temos passado muitas noites sem dormir a tentar garantir a nossa protecção aqui,” disse Akufo-Addo numa reportagem da Associated Press.
Akufo-Addo acrescentou que os combates aumentaram no norte do Gana, perto da fronteira do Burquina Faso, e expressou preocupações de que os mercenários russos do Grupo Wagner pudessem expandir o seu papel na região.
“Isso levanta a possibilidade muito real de mais uma vez o nosso continente se transformar no campo de jogo de um grande conflito de poder,” disse Akufo-Addo.
uma estratégia de 10 anos para prevenir conflitos e promover a estabilidade. O plano foi desenvolvido através de extensas consultas com as partes interessadas africanas. Os principais objectivos são reforçar a capacidade das forças de segurança para enfrentar as ameaças terroristas e abordar as fronteiras porosas que os extremistas baseados no Sahel exploram.
“Os desafios enfrentados por esses cinco países são exacerbados e, na verdade, não podem ser separados da violência e da instabilidade na região mais ampla [do Sahel],” disse o Instituto da Paz dos Estados Unidos num relatório de Dezembro de 2022 sobre o avanço da estabilidade na costa da África Ocidental.
A crise do Sahel custou mais de 6.500 vidas e deslocou cerca de 1 milhão de pessoas em 2020. Em Fevereiro de 2022, o número de deslocados internos desde 2011 era de 2,7 milhões, informou o instituto.
Os desafios de segurança variam de acordo com o país.
O norte da Costa do Marfim observou um aumento nos ataques extremistas por grupos baseados no vizinho Mali e Burquina Faso. Pelo menos 18 membros das forças de segurança costa-marfinenses foram mortos em ataques extremistas nos últimos três anos.
“Estes ataques precisam de ser levados a sério,” disse Ella Jeannine Abatan, pesquisadora sénior para a região da África Ocidental, no Instituto de Estudos de Segurança, ao jornal canadiano The Globe and Mail. “Eles mostram a capacidade de extremistas violentos de cruzar fronteiras para Estados costeiros, aproveitando fronteiras porosas e outras vulnerabilidades.”
Assim como em outras áreas, organizações extremistas violentas do norte do Gana estão a recrutar cada vez mais jovens para as suas fileiras.
Em Fevereiro, um suposto grupo terrorista tentou explodir uma ponte em Bawku, perto da fronteira com o Burquina Faso.
“A ameaça do terrorismo que paira sobre o Gana, através dos corredores de Bawku, é real,” disse o Ministro da Defesa do Gana, Dominic Nitiwul, num relatório da Agence France-Presse. “Assim, as agências de segurança estão a trabalhar em Bawku e nos seus arredores com a mentalidade de que, se não pararmos o que está a acontecer em Bawku agora, arriscamo-nos a uma situação em que o Gana pode ser submetido a ataques terroristas.”
Muitos guineenses procuram um regresso a um governo civil após um golpe militar de Setembro de 2021. Em Outubro de 2022, a junta governamental da Guiné concordou em restaurar o governo civil em dois anos. Mesmo depois de ter-se alcançado o acordo, as forças de segurança matavam civis durante os protestos contra a junta, informou a France 24.
No ano passado, o Togo declarou um estado de emergência devido à violência extremista, principalmente nas suas regiões rurais e do norte, de menor rendimento, e o Benin tem sofrido ataques crescentes de grupos extremistas do Sahel ao longo das suas zonas fronteiriças.
Desde 2021, o governo dos EUA investiu mais de 6,5 bilhões de dólares para apoiar a paz, a segurança, a democracia e os direitos humanos no continente.
Os fundos ajudaram a reforçar as capacidades militares e os esforços de manutenção da paz; a aumentar a capacidade institucional africana; a fortalecer a sociedade civil; e a apoiar as transições e instituições democráticas, entre outros objectivos.