A Guiné-Bissau, uma nação da África Ocidental outrora conhecida como um “narco-Estado,” interceptou 2,63 toneladas métricas de cocaína apenas alguns meses depois de as Nações Unidas terem informado que os Estados vizinhos do Sahel estavam a emergir como importantes rotas de tráfico de droga.
As autoridades do Burquina Faso, do Chade, do Mali e do Níger apreenderam 1,47 toneladas métricas de cocaína em 2022, em comparação com uma média de 13 quilogramas entre 2013 e 2020, de acordo com um relatório de 2024 do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
“O envolvimento de vários grupos armados no tráfico de drogas continua a minar a paz e a estabilidade na região,” Amado Philip de Andrés, representante regional do UNODC na África Ocidental e Central, disse à The Associated Press. O relatório refere que o tráfico de droga fornece recursos financeiros aos grupos armados no Sahel, onde as redes extremistas florescem após uma série de golpes de Estado regionais.
Numa operação de grande envergadura, as autoridades guineenses confiscaram 78 fardos de cocaína em Setembro de 2024, quando um avião Gulfstream IV proveniente da Venezuela aterrou no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, na capital, Bissau. A polícia prendeu a tripulação de cinco pessoas, composta por dois cidadãos mexicanos e um do Brasil, da Colômbia e do Equador, respectivamente.
A polícia realizou a rusga, com o nome de código “Operação Landing,” com a Administração de Combate às Drogas dos EUA e o Centro de Análise e Operações Marítimas de Narcóticos, informou a Reuters.
As grandes apreensões de droga tornaram-se mais comuns na África Ocidental nos últimos anos. Em 2019, duas operações separadas permitiram a apreensão de 2,6 toneladas métricas de cocaína na Guiné-Bissau. Em Abril de 2022, as autoridades cabo-verdianas e norte-americanas interceptaram um navio de pesca de bandeira brasileira que transportava 6 toneladas métricas de cocaína.
Em Novembro e Dezembro de 2023, a Marinha do Senegal interceptou cerca de 6,7 toneladas métricas de cocaína em três incidentes distintos.
Os contrabandistas, muitas vezes, utilizam os países da África Ocidental como paragem de trânsito entre a América do Sul e a Europa.