Equipa do Comando Africano dos Estados Unidos
Um provérbio Swahili diz: “Se uma cobra morder o teu vizinho, tu também estás em perigo.” O significado é claro: uma comunidade é mais segura quando todos estão protegidos. Isso é tão verdade para uma aldeia como para um continente.
No domínio da defesa, este conceito é conhecido como “segurança partilhada” e a sua importância é ilustrada com demasiada frequência. Quando um país cai no caos, torna-se um refúgio para os extremistas lançarem ataques para o exterior. Quando os criminosos encontram espaços não governados, exploram-nos e desestabilizam a região. Quando uma guerra civil destrói a paz, os refugiados fogem para além das fronteiras.
Tudo isso demonstra que os países não podem permanecer isolados dos problemas que os rodeiam.
Compreendendo este facto, os profissionais de segurança africanos não hesitam em intervir para ajudar os outros. Quer estejam a servir em missões da União Africana, das Nações Unidas, de comunidades económicas regionais ou de coligações ad hoc, encontram-se entre as forças de manutenção da paz mais experientes do mundo. Onze dos 20 países que mais contribuem com tropas para as missões da ONU são de África.
Mas o futuro destas missões é incerto. A ONU tem enfrentado uma forte resistência às suas missões na República Democrática do Congo e no Mali. Ambas as missões anunciaram o seu fim. A UA regista défices de financiamento persistentes. A logística, incluindo a capacidade de transporte aéreo para deslocar pessoal e equipamento para o local e apoiar as tropas no terreno, é sempre limitada.
Por último, há o desafio de construir uma paz duradoura. Embora missões lideradas por africanos tenham sido bem-sucedidas em objectivos militares como a contra-insurgência, a capacidade de apoiar um processo de paz ou de reconciliação nacional revelou-se mais difícil.
Os líderes africanos têm agora a oportunidade de tirar partido das lições aprendidas em missões anteriores e da profunda experiência das forças de manutenção da paz. Os países demonstraram a sua capacidade de reunir rapidamente coligações para intervir em ameaças que vão desde a violência eleitoral a epidemias de doenças. Essa adaptabilidade e rapidez podem ser o maior trunfo das intervenções de segurança lideradas por africanos. Os futuros modelos de manutenção da paz serão adaptados de forma única aos desafios de segurança africanos.
Ao investir na formação em manutenção da paz e ao reforçar os procedimentos que permitem intervenções rápidas, as missões lideradas por africanos podem restaurar a paz de forma mais eficaz. Dando prioridade ao diálogo e abordando as causas subjacentes à instabilidade, as nações africanas podem garantir a manutenção da paz e a prosperidade do continente.
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