Ataques Terroristas Aumentam no Togo Enquanto os Extremistas do Sahel se Aproximam

EQUIPA DA ADF

As organizações extremistas violentas do norte do Benin e do Burquina Faso estão cada vez mais a visar o norte do Togo, à medida que os conflitos do Sahel se alastram para os países costeiros.
Quatro pessoas que seguiam num  triciclo na cidade de Bonzougou, no centro-norte do país, foram mortas a 18 de Junho depois de terem passado por cima de um dispositivo explosivo improvisado (DEI). Vários grupos terroristas operam na região de Savannahs, embora nenhum tenha reivindicado a autoria do ataque, informou o jornal L’Alternative, do Togo.

O ataque de Bonzougou situa-se mais a sul do território do Togo do que os anteriores.

Cinco dias depois, terroristas encapuzados fizeram uma emboscada na cidade de Bamone, no norte do país, cortaram a garganta a três pessoas e levaram os seus telemóveis. Uma quarta pessoa foi morta quando os terroristas fugiam, segundo o L’Alternative, que informou que o governo togolês já não comunica sobre as operações contra os terroristas no norte do Togo.

Estes foram dois dos vários ataques contra militares e civis registados no norte do Togo no final de Junho. Os utilizadores togoleses das redes sociais também relataram combates mortais entre extremistas e militares no nordeste do Togo, onde os rebeldes terão entrado no país vindos do Benin.

No início de Abril, um helicóptero das Forças Armadas do Togo foi forçado a fazer uma aterragem de emergência enquanto conduzia uma operação de contra-insurgência contra grupos armados na cidade de Koundjoaré, no norte do país, informou a Africa Intelligence. O helicóptero, que transportava armas e munições, foi destruído e vários soldados ficaram feridos. O Ministério da Defesa togolês não se pronunciou sobre o incidente.

A violência tem-se infiltrado gradualmente no Togo desde 2021, quando os terroristas atacaram Sanloaga, perto das fronteiras com o Benin e o Burquina Faso. Pouco depois, foram registados vários incidentes terroristas na região de Savannahs.

No ano passado, o Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, abordou a “guerra” jihadista no norte do Togo.

“Pagámos um preço muito elevado, especialmente as nossas forças de defesa e segurança, que perderam cerca de 40 homens, infelizmente, e depois acrescentamos as vítimas civis, uma centena de vítimas civis no país,” Gnassingbé disse à estação local New World TV.

Gnassingbé atribuiu a violência ao grupo Estado Islâmico no Grande Sahara e ao Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin, ligado à al-Qaeda.

O norte do Togo está repleto de banditismo e de contrabando de ouro, drogas, armas e combustível, o que agrava as tensões locais e fornece recursos financeiros aos terroristas.

O povo togolês “deve esperar uma longa luta com momentos dramáticos, o que é inevitável em tempos de guerra,” Gnassingbé disse à New World TV. “Mas quero assegurar aos meus compatriotas que, no final, vamos ganhar.”

De acordo com Gnassingbé, o governo retirou cerca de 12.000 pessoas das suas casas no norte do Togo para “proteger melhor a fronteira.” O Togo também está a acolher pessoas deslocadas do Burquina Faso.

Para além das operações militares, Gnassingbé afirmou que o governo tinha criado um comité interministerial destinado a desradicalizar ou a prevenir a radicalização de homens e jovens mais susceptíveis de aderirem a organizações extremistas violentas.

Em Novembro de 2023, as autoridades togolesas anunciaram o lançamento de um novo programa de apoio às pessoas que enfrentam problemas de terrorismo e de segurança. O Programa de Emergência para o Reforço da Resiliência e Segurança das Comunidades tem como objectivo “implementar todas as acções para reforçar a resiliência das populações a todos os níveis,” de acordo com um decreto do Conselho de Ministros do Togo.

O programa prestará apoio social às pessoas que enfrentam “ameaças graves,” “ataques terroristas” e “o aumento da criminalidade transfronteiriça,” especialmente no norte do país. Espera-se que se baseie noutras iniciativas, como o Programa de Emergência para Savannahs, conhecido como PURS, de acordo com o jornal Togo First.

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