IA Ajuda a Prever e a Preparar para as Cheias

EQUIPA da ADF

Uma nova ferramenta utiliza a inteligência artificial para monitorizar e prever as inundações em todo o mundo. 

Vinte e três países africanos estão a participar na plataforma de inteligência artificial Flood Hub da Google. A Google lançou a plataforma em 2021 e expandiu-a para incluir 80 países em 2023. Foi concebida para ajudar as agências de gestão de desastres a evacuarem as pessoas até uma semana antes da chegada das águas das cheias e a reforçar as medidas de prevenção das cheias em algumas das zonas de maior risco do continente.

“Os governos, as organizações de ajuda humanitária e os particulares podem utilizar o Flood Hub (Centro de Cheias) para tomar medidas atempadas e preparar-se para as cheias ribeirinhas, consultando dados e previsões de cheias relevantes a nível local com até sete dias de antecedência — um aumento em relação ao ano passado, em que a informação só estava disponível com 48 horas de antecedência,” afirmou Yossi Matias, vice-presidente de Engenharia e Investigação e Líder de Resposta a Crises da Google, num comunicado.

As cheias afectam mais de 250 milhões de pessoas todos os anos, causando 10 bilhões de dólares de prejuízos, segundo a Google. Em 2023, as cheias na Etiópia e no Quénia mataram 50 pessoas e desalojaram 30.000, destruindo milhares de hectares de terras agrícolas. As cheias e os deslizamentos de terras no Ruanda mataram 127 pessoas e as cheias na África Austral provocaram surtos de cólera e de malária. 

O Centro de Cheias utiliza um modelo hidrológico para prever a quantidade de água que se deslocará através de um rio e um modelo de inundação para prever as áreas mais afectadas pela subida das águas. Recolhe dados de imagens de satélite, registos meteorológicos e outras fontes. 

“Começamos por recolher milhares de imagens de satélite para construir um modelo digital do terreno,” disse Matias num vídeo de demonstração. “Com base nestes mapas, geramos centenas de milhares de simulações de como o rio se poderia comportar.

“Recebemos as medições do governo e cruzamos essas medições com as nossas simulações,” acrescentou.

As informações são gratuitas e estão acessíveis a qualquer pessoa que utilize o Google Maps. A empresa está a utilizar uma tecnologia semelhante para prever e acompanhar incêndios florestais. 

Os países africanos participantes são Angola, Burquina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Eswatini, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Lesoto, Libéria, Madagáscar, Malavi, Namíbia, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, África do Sul, Sudão do Sul e Zimbabwe.

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