EQUIPA DA ADF
Nos seus 39 anos de carreira militar, o General Francis Ogolla subiu na hierarquia, de piloto a comandante da força aérea e a vice-chefe das Forças de Defesa do Quénia (KDF).
No dia 28 de Abril de 2023, o Presidente do Quénia, William Ruto, nomeou Ogolla para liderar as KDF como chefe das forças de defesa.
Após os seus primeiros 100 dias, Ogolla já está a pensar no legado que quer deixar — uma força mais eficaz e mais moderna.
“Quando nos apercebemos que alguns dos equipamentos ou estratégias têm algumas lacunas, modernizamo-nos para colmatar essas lacunas, de modo a estarmos sempre aptos a defender a república,” disse ele durante uma entrevista a 23 de Agosto à Kenya Broadcasting Corp.
Ogolla planeia transformar radicalmente as KDF, com inovação, invenções e um esforço concentrado para modernizar o equipamento.
“As forças armadas de todo o mundo evoluem e as ameaças à segurança nacional mudam todos os dias,” afirmou. “Por isso, temos de continuar a evoluir, equipando-nos para podermos mitigar quaisquer ameaças emergentes.
“A modernização militar não é apenas uma ocasião em que se quer comprar mais armas. Avaliamos as possíveis ameaças que existem e a forma de as atenuar.”
A ameaça mais persistente para o Quénia vem do grupo terrorista al-Shabaab, que recentemente aumentou os ataques nos quatro condados do Quénia ao longo da fronteira.
Algumas das bases mais importantes do al-Shabaab situam-se na região somali de Gedo, no Estado de Jubaland, onde recentemente desfilaram os seus combatentes e recrutas numa demonstração de força.
As KDF entraram pela primeira vez na Somália em 2011 e possuem cerca de 3.500 soldados em Jubaland como parte da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS).
Ogolla visitou as tropas quenianas na Somália em Julho, antes de uma grande operação contra o al-Shabaab, e manteve conversações com o líder de Jubaland, Ahmed Madobe, para definir o sucesso da ofensiva.
As KDF também contam com cerca de 1.000 soldados destacados na região leste da República Democrática do Congo, como parte da força regional da Comunidade da África Oriental.
O anterior presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, investiu dinheiro e recursos na modernização das KDF. Entre 2015 e 2022, o orçamento de defesa do país aumentou 38,5%, de 632 milhões de dólares para 880 milhões de dólares.
“Empreendemos a modernização das nossas instituições do Estado e dos órgãos de segurança a um nível sem paralelo na história da nossa nação,” afirmou em Abril de 2022, meses antes do final do seu último mandato.
O primeiro orçamento de Ruto incluía 993 milhões de dólares para as KDF.
Ao solicitar a aprovação do parlamento para a afectação recorde, o Secretário do Gabinete da Defesa, Aden Duale, referiu a necessidade de aumentar a segurança das fronteiras para coincidir com a retirada faseada da ATMIS.
No ano passado, as KDF construíram 14 bases operacionais avançadas ao longo do lado queniano da fronteira, antecipando a saída da ATMIS até ao final de 2024.
“Estamos totalmente empenhados em garantir a nossa segurança enquanto país, assegurando que, quando o al-Shabaab sentir o calor das forças de segurança somalis, não venha procurar refúgio no Quénia,” afirmou Duale em Maio de 2023.
Para fazer face ao envelhecimento dos seus activos, o Quénia orçamentou a aquisição de novos aviões, veículos, armas e outros equipamentos.
É uma parte do trabalho com a qual Ogolla está particularmente familiarizado.
Foi formado como piloto de caça e piloto instrutor e também recebeu formação em combate ao terrorismo e inteligência imagética. A sua formação diversificada tornou-o uma escolha óbvia para ser promovido ao cargo mais importante das forças armadas.
Os seus primeiros meses no cargo foram caracterizados como um sucesso pelas autoridades governamentais, pelos líderes militares e pelos meios de comunicação social quenianos.
“Nos últimos 100 dias, pude desenvolver a minha visão, que cristalizei com uma frase: ‘Uma força, uma missão,’” disse, explicando que as KDF no geral devem compreender o seu papel na defesa do Quénia.
Aos 60 anos, Ogolla sabe que só lhe faltam dois anos para a reforma, excepto se Ruto prolongar os seus serviços.
Foi por isso que deixou de lado os seus adorados tacos de golfe para se concentrar na tarefa que tinha em mãos.
“Adorava o golfe, mas no dia em que fui nomeado chefe das forças de defesa, pus mais ou menos de lado os meus tacos de golfe e disse: ‘Deixem-me concentrar-me neste trabalho com todo o meu coração,’” recordou.
“Quando eu sair, os quenianos que me julguem. Quero deixar um exército eficaz, respeitado em todo o mundo e capaz de cumprir a sua missão, seja onde for e onde quer que seja.”