Quénia Constrói Base de Dados de DNA Para Conter a Pesca Ilegal

Equipa da ADF

O Quénia está a criar uma base de dados de DNA das suas espécies marinhas, para conservar os seus recursos aquáticos devido à pesca ilegal generalizada. O exercício envolve a colheita de espécies e sua catalogação para ajudar o governo a levar casos de pesca ilegal a julgamento. Desde que o programa começou, em 2022, o Quénia já produziu códigos de barras para cerca de 115 espécies, incluindo, tubarões, raias, crustáceos e moluscos.

“Quénia possui mais de 6.000 espécies comerciais e durante anos não podíamos reivindicar qualquer peixe capturado ilegalmente originário do país,” Thomas Mkare, um cientista pesquisador sénior do Instituto de Pesquisas Marinhas e de Pescas do Quénia, disse ao The East African. “Com este exercício científico, seremos capazes de reivindicar os nossos recursos, uma vez que apesar de o peixe ser semelhante fisicamente, cada um possui uma identificação molecular especial associada a uma certa região.”

O projecto, que se espera durar vários anos, começou depois que Francis O. Owino, o recentemente nomeado secretário principal do Departamento de Estado para Pescas, Aquacultura e Economia Azul, em Março de 2021, apelou os cientistas do instituto para melhorarem a pesquisa, uma vez que o país procura estimular a sua economia azul.

“O país exige que vocês forneçam respostas como pesquisadores para levar o país para o próximo nível,” disse Owino numa reportagem da Science África. “Exigimos que vocês forneçam respostas para os desafios da pesca que enfrentamos como país.”

Uma vez estabelecida, espera-se que a biblioteca de referência possa fortalecer a segurança alimentar, contribuindo para uma colheita sustentável. Através da base de dados, o peixe vendido em qualquer lugar do mundo pode ser rastreado de volta para as águas quenianas, utilizando os seus identificadores únicos de DNA.

Os recursos marinhos do Quénia encontram-se em declínio devido a um influxo de arrastões industriais estrangeiros, incluindo aqueles que são provenientes da China. Analistas afirmam que a pandemia da COVID-19 também fez com que os desempregados se envolvessem na pesca ilegal para a obtenção de rendimentos.

Um relatório compilado pela Global Fishing Watch revelou que 230 arrastões de pesca foram operados ao largo da costa do Quénia, entre Maio e Agosto de 2021. Muitos deles eram de propriedade de empresas da China e da Itália, comunicou a Africanews.

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