EQUIPA DA ADF
Os cientistas isolaram dois anticorpos que parecem neutralizar a maior parte das estirpes da COVID-19. Os anticorpos podem fortalecer o sistema imunológico, particularmente para as populações em risco e para pessoas com fraca imunidade.
Os investigadores da Universidade de Tel Aviv concluíram que anticorpos isolados de sistemas imunológicos de pacientes recuperados de COVID-19 demonstram eficácia de até 95% contra várias estirpes, incluindo as estirpes Delta e Ómicron, noticiou a i24 News.
A Dra. Natalia Freund, que é responsável por gerir um laboratório de resposta de anticorpos humanos, na Universidade de Tel Aviv, dirigiu a investigação com dois estudantes de doutoramento.
“No nosso ponto de vista, os tratamentos direccionados com anticorpos e a sua entrega ao organismo em altas concentrações pode servir como um substituto eficaz [tratamento], especialmente para populações em risco e para pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos,” disse Freund à scitechdaily.com.
O estudo, publicado em Agosto pela Comunications Biology, provou que dois anticorpos (TAU-1109 e TAU-2310) prendem as proteínas spike virais numa área diferente, comparado com os anticorpos anteriores. Um estudo anterior dirigido por Freund concluiu que os anticorpos mais eficazes foram aqueles que se prenderam à proteína spike do vírus.
“É claro que nós não fomos os únicos a isolar estes anticorpos, e o sistema de saúde global fez uso extensivo deles até à chegada das diferentes variantes do coronavírus, que, na verdade, fizeram com que a maior parte destes anticorpos ficassem inúteis,” disse Freund à scitechdaily.com.
De acordo com Freund, o TAU-1109 é 92% eficaz na neutralização da estirpe Ómicron e 90% eficaz contra a estirpe Delta. O TAU-2310 é 84% eficaz contra a Ómicron e 97% eficaz contra a Delta.
“A infecção pela COVID-19 pode causar doença grave, e sabemos que fornecer anticorpos nos primeiros dias da infecção pode paralisar a propagação do vírus,” disse Freund à i24 News.
Nova Variante Escapa de Mais Anticorpos
Apesar das descobertas encorajadoras do estudo, os cientistas da Suécia demonstraram que a variante BA.2.75.2 da COVID-19, uma subvariante da Ómicron, em termos gerais, escapa de muitos anticorpos neutralizadores que se encontram no sangue e é resistente ao tratamento.
A BA.2.75.2 é uma versão modificada da variante BA.2.75 da Ómicron, de acordo com um estudo publicado pela revista de medicina The Lancet Infectious Diseases, em meados de Outubro.
“Embora a imunidade dos anticorpos não tenha desaparecido por completo, a BA.2.75.2 exibiu muito mais resistência dramática do que as variantes que estudamos anteriormente, amplamente impulsionadas por duas mutações no domínio que prende o receptor da proteína spike,” o autor do estudo, Ben Murrell, professor assistente do Departamento de Microbiologia e Biologia de Tumores e de Células, no Instituto Karolinska, disse num comunicado de imprensa.
A Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da Organização Mundial de Saúde para África, parecia confiante de que o continente é capaz de lidar com qualquer situação que a pandemia trouxer.
“Nos últimos dois anos, o continente africano ficou mais sábio, mais rápido e melhor na resposta a cada um dos novos aumentos de casos de COVID-19,” disse Moeti num comunicado de imprensa. “Contra todas as expectativas … enfrentamos a tempestade da COVID-19 com resiliência e determinação, informados pela longa história e experiência de África no controlo de surtos.”