EQUIPA DA ADF
Especialistas afirmam que os testes rápidos de COVID-19 e a medicação antiviral oral podem ajudar a acabar com a pandemia. Por forma a promover tais medidas no continente, os ministérios da saúde de vários países da África subsaariana estão a participar no recém-criado COVID Treatment Quick Start Consortium [Consórcio para o início rápido de tratamento da COVID].
Gana, Quénia, Malawi, Nigéria, Ruanda, África do Sul, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe estão a participar no programa, de acordo com uma reportagem do jornal nigeriano Vanguard. Lançado no início de Setembro, este projecto com duração de 18 meses foi concebido para testar e tratar aqueles que se encontram em elevado risco de contrair o vírus.
Claude Muvunyi, director-geral do Centro Biomédico do Ruanda, apoia o programa, que inclui uma doação de 100.000 doses de comprimidos antivirais Paxlovid.
“O Quick Start Consortium irá ajudar-nos a continuar a construir e fortalecer um sistema de saúde resiliente, identificar com celeridade os pacientes que necessitam de tratamento e assegurar que estes obtenham a medicação que necessitam — independentemente da sua situação socioeconómica,” afirmou Muvunyi no website da Universidade de Duke. “Tal como tantas outras doenças, a COVID-19 não passa se nos limitarmos a ignorá-la.”
Um estudo de Novembro de 2021 demonstrou que o Paxlovid é quase 90% de eficaz na prevenção de internamentos e mortes relacionados com a COVID-19 em adultos de alto risco, quando administrado dentro de três dias do aparecimento dos sintomas.
O comprimido pode ser amplamente utilizado como um tratamento a realizar em casa para diminuir a carga sobre o sistema de saúde e ainda reduzir as infecções dos profissionais de saúde. O Paxlovid funciona bloqueando uma enzima fundamental que a COVID-19 necessita para se replicar. É composto por dois medicamentos, nirmatrelvir e ritonavir, a tomar em simultâneo duas vezes por dia, durante cinco dias.
A doação inicial de Paxlovid e a investigação visam introduzir medicamentos genéricos equivalentes de baixo custo nos países parceiros.
Num comunicado de imprensa, Caroline Roan, vice-presidente sénior da empresa farmacêutica Pfizer, afirmou que “devem ser implementados sistemas abrangentes e sustentáveis de testagem rápida e de diagnóstico, para ajudar a assegurar que o tratamento chegue aos pacientes de alto risco que dele necessitam.” “Estamos empenhados em trabalhar com a comunidade de saúde global para abordar as barreiras ao acesso e é com orgulho que fornecemos o nosso tratamento oral e apoio financeiro para o alcance dos objectivos do consórcio.”
A Organização Mundial de Saúde comunicou um aumento de 10% das mortes relacionadas com o coronavírus em África no espaço de uma semana, em Setembro, apesar do número de mortes ter diminuído noutras regiões. Os casos da COVID-19 em África são, em grande parte, provocados pela subvariante BA.5 da Ómicron. Os pacientes infectados pela subvariante geralmente apresentam sintomas mais ligeiros do que os sintomas verificados nas estirpes anteriores.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-Geral da OMS, exortou os países a manterem a vigilância contra esta doença. Ele comparou a campanha para acabar com a pandemia com uma maratona, dizendo que um atleta não pára quando avista a meta de chegada.
“Corre mais, com toda a energia que lhe resta,” disse Tedros num artigo publicado no site das Nações Unidas. “Agora é a pior altura para parar de correr. Agora é tempo de correr mais e garantir que alcançamos a meta e colhemos os frutos de todo o nosso trabalho árduo.”