O Brigadeiro-General Oumarou Namata, do Níger, comandante cessante da Força Conjunta G5 do Sahel, discursou durante uma cerimónia em Bamako, Mali, no dia 30 de Julho de 2021, quando entregava o comando ao General da Divisão, Oumar Bikimo, do Chade. O seu discurso, proferido originalmente em francês, foi editado para se adequar a este formato.
O mandato da Força Conjunta acaba de ser renovado este mês pelo Comité de Paz e Segurança da União Africana. Entra no seu quinto ano, tendo já feito avanços no seu processo de desenvolvimento, notavelmente no domínio operacional e na formação de parcerias. Isto acontece apesar das muitas situações de segurança, muitas vezes, difíceis e os desafios importantes que permanecem.
Um grande avanço foi a harmonização das acções e a coordenação entre os diferentes actores. Esta coordenação que buscávamos codificar nos nossos planos de campanha agora possui apoio político. Hoje, o nível de coordenação, harmonia e acções conjuntas entre a Força Conjunta, a força Barkhane e os exércitos nacionais dos países do G5 do Sahel chegou a um ponto que nós nunca esperamos e é eficaz até ao mais ínfimo detalhe táctico.
Durante o terceiro e o quarto mandatos, houve 11 operações de grande envergadura que duraram entre duas semanas e seis meses e envolveram entre 300 e 1.500 soldados. Isto é em acréscimo às muitas missões de rotina e pontuais. Os resultados foram impressionantes em termos de organizar o nosso espaço.
Desde o quarto trimestre de 2019 até hoje, houve centenas de terroristas neutralizados e uma grande quantidade de material capturado ou destruído. Isto interrompeu uma boa parte da capacidade logística dos terroristas. Também podemos indicar o período entre Novembro de 2020 e Junho de 2021, onde dezenas de pessoas foram detidas ou capturadas e agora enfrentam acusações em processos judiciais. Tudo isto oferece-nos uma ideia do caminho andado em termos de actividades operacionais.
Ao mesmo tempo e assim como os avanços no domínio operacional, os avanços em relação ao respeito dos direitos humanos e a protecção de civis também são notáveis. A implementação do procedimento operacional permanente da Força Conjunta G5 do Sahel para investigações internas e o Mecanismo para Identificação, Rastreio e Análise de Danos Causados em Civis são dois dos referidos avanços. No que diz respeito ao respeito pelos direitos humanos e as leis internacionais dos direitos humanos, a Força Conjunta já está num estágio de domínio.
Mesmo quando capitalizamos nestes avanços, a Força Conjunta continua a enfrentar desafios. A força não possui a sua própria capacidade aérea e existem lacunas no sistema de inteligência. Estes dois desafios de capacidade exigiram a colaboração contínua com paceiros operacionais.
Por último, mas não menos importante, no que diz respeito ao apoio em geral da Força Conjunta, vale a pena lembrar que apesar dos vários anúncios de apoio de fontes internacionais que, muitas vezes, levam muito tempo para efectivamente entrarem em vigor, os países do G5 do Sahel continuam a fazer sacrifícios significativos. Uma prova disso é a contribuição excepcional para financiar as operações, feita pelos três países do centro (Burkina Faso, Mali e Níger). Sem essas contribuições, a série de operações conhecida como Sama, que produziu grandes ganhos, podia não ter sido possível. Mais uma vez, vale a pena enfatizar a necessidade de procurar uma forma sustentável de financiar a Força Conjunta.
Devemos também elogiar todo o pessoal no centro dos batalhões, que, através do auto-sacrifício, fizeram ganhos na confiança e na eficiência, tornando possíveis todos os resultados operacionais concretos que foram alcançados. Eu continuo convencido de que este valioso capital humano irá imediatamente seguir as ordens do Major-General Oumar Bikimo, com o mesmo entusiasmo, o mesmo profissionalismo e a mesma determinação de seguir o nosso objectivo comum.
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