AGENCE FRANCE-PRESSE | FOTOS DA AFP/GETTY IMAGES
C Centenas de crianças de Kipushi, uma cidade mineira do sudoeste da República Democrática do Congo (RDC) finalmente recebem as certidões de nascimento que permitem que elas frequentem a escola gratuitamente.
Muitas das crianças tinham trabalhado juntamente com os seus pais nas minas de cobalto e de cobre.
O UNICEF providenciou kits escolares e apoiou financeiramente o trabalho administrativo feito por uma organização não-governamental local para obter as certidões de nascimento de cerca de 500 crianças em Agosto de 2021. As crianças devem ter certidões quando se matriculam na escola.
Os pais devem registar as crianças no prazo de 90 dias após o nascimento, disse o procurador-chefe de Kipushi, Patrick N’Django Rwamo. Mas, por causa de negligência, ignorância ou das dificuldades burocráticas, muitos pais não o fazem. Obter uma certidão de nascimento de forma retroactiva é um processo longo, complexo e dispendioso.
“É difícil. Mais de 98% dos nossos alunos não têm uma certidão de nascimento, disse Mugimba Cosmas, director de educação pública da cidade. “É realmente uma pena.”
As preciosas certidões foram entregues aos pais, na cerimónia do recinto escolar, em Kipushi, uma cidade de cerca de 170.000 habitantes, na província de Haut-Katanga, próximo da fronteira com a Zâmbia. As crianças encontram-se entre os 1.003 jovens com idades de 8 a 15 anos cujas certidões foram disponibilizadas nas instruções dadas por Rwamo.
Kabwit Yav, uma mãe de seis filhos, olhava feliz, próxima do seu filho, um aluno da quinta classe. “Três dos meus filhos estudam, graças ao UNICEF, os outros já têm mais de 18 anos de idade e estão desempregados em casa, por falta de meios financeiros,” disse.
“Na minha região, temos nove pedreiras com cobre e cobalto, onde várias famílias — pais e mães procuram sobreviver — fazendo a mineração informal durante todo o dia,” disse Louis Tshota, administrador do território de Kipushi. “As crianças vão trabalhar nas minas para ajudar os seus pais, o que os priva da escola,” disse, acrescentando que pelo menos 2.017 crianças trabalham nos vários poços naquele território.
Cerca de 7 milhões de crianças com idades de 5 a 17 anos estão fora da escola na RDC, de acordo com os números das Nações Unidas.
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