Novo Comprimido Pode Acabar com as Mortes pela COVID-19
EQUIPA DA ADF
Poderá um novo comprimido, para ser tomado em casa, estar próximo de pôr um fim às mortes pela COVID-19?
A última análise de um estudo clínico feito pela empresa farmacêutica americana, Pfizer, demonstrou que o seu novo medicamento terapêutico antiviral, Paxlovid, preveniu cerca de 90% de mortes pela COVID-19 quando tomado no prazo de cinco dias a partir do começo dos sintomas.
Embora os estudos ainda não tenham sido revistos por peritos avaliadores, Andrew Pekosz, vice-presidente da área de microbiologia e imunologia na Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, saudou os resultados.
“Obviamente que a protecção contra os internamentos é fantástica,” disse à página da internet de notícias de medicina, Stat, em meados de Dezembro. “Esse número [89%] foi um bom número. O facto de que foi conservado naquela análise final realmente indica que esta é uma arma muito importante no nosso arsenal para combater a COVID-19, particularmente numa altura em que vemos mais variantes.”
A mais recente variante de preocupação, Ómicron, causou um aumento de casos de COVID-19 a nível mundial. Em África, o número total de casos registados desde que a pandemia começou estava a aproximar-se dos 10 milhões, no dia 1 de Janeiro de 2022.
O Paxlovid teve um bom desempenho contra a Ómicron nos estudos laboratoriais. No seu ensaio clínico, o medicamento foi administrado com um regime de 30 comprimidos, com participantes a tomarem três comprimidos a cada 12 horas durante cinco dias.
No dia 22 de Dezembro de 2021, os Estados Unidos autorizaram o uso do Paxlovid para pacientes de alto risco. O Reino Unido fez o mesmo no dia 31 de Dezembro.
Um outro medicamento, molnupiravir, do gigante farmacêutico dos EUA, Merck, demonstrou ser menos eficaz em relação a Paxlovid nos ensaios clínico, mas, mesmo assim, foi capaz de prevenir até 30% de internamentos e mortes.
Estes novos medicamentos prometem desempenhar um papel importante no tratamento do vírus em casa e limitar o impacto sobre os sistemas de saúde sobrecarregados.
Os medicamentos são fáceis de armazenar e de transportar para o mundo inteiro. Outros tratamentos, como anticorpos monoclonais, demonstraram ser menos eficientes para combater a Ómicron, são limitados e devem ser administrados de forma intravenosa num hospital ou numa clínica.
A África do Sul registou o maior número de casos confirmados de COVID-19 no continente, e o seu Director-Geral Adjunto do Departamento de Saúde, Nicholas Crisp, disse que o Paxlovid e o molnupiravir estão a ser analisados.
“Fizemos uma estimativa com os nossos colegas nas províncias sobre os volumes destes dois medicamentos que pensamos que seremos capazes de utilizar,” disseram os parlamentares em Dezembro de 2021.
Espera-se que os fornecedores do Paxlovid sejam uma grande preocupação, apesar de a Pfizer ter previsto uma produção de 80 milhões em 2021.
O produtor do medicamento assinou um acordo de licença voluntário com a instituição apoiada pelas Nações Unidas, designada Medicines Patent Pool (MPP), no dia 16 de Novembro de 2021, para facilitar a produção adicional e a distribuição.
Aguardando pela aprovação regulamentar, a MPP iria conceder licenças para produtores de medicamentos genéricos qualificados em 95 países de baixa e média renda, representando aproximadamente 53% da população mundial.
“A Pfizer não irá receber direitos sobre a venda nos países de baixa renda e irá renunciar ainda os direitos sobre as vendas em todos os países cobertos pelo acordo enquanto a COVID-19 continuar a ser classificada como uma Emergência de Saúde Pública de Dimensão Internacional,” disse a Pfizer num comunicado.
O director da Aspen Pharmacare, da África do Sul, disse recentemente que a sua empresa irá procurar obter licenças para o fabrico de Paxlovid e molnupiravir.
“Ninguém pode realmente saber quando o seu produto estará disponível até que o medicamento seja aprovado,” Executivo Sénior, Stavros Nicolaou, disse na página de internet sul-africana, da área de medicina, Spotlight. “Estamos cientes da necessidade do mercado destes produtos, particularmente no continente africano, pelo que iremos procurar responder o mais rapidamente possível.”
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