Casos do Verme-da-Guiné Atingem Novos Valores Mínimos

VOZ DA AMÉRICA

Em 2020, o número de casos do verme-da-Guiné em pessoas, em seis países africanos, diminui para 27, cerca de 50 por cento menos do que foi registado no ano passado, apesar dos desafios da COVID-19.

O número de casos em animais diminuiu 20 por cento no mesmo período. Os números foram anunciados pelo Centro Carter, que desempenha um papel importante na erradicação da doença. O antigo Presidente dos EUA, Jimmy Carter, fundou o centro, em 1982, para se focalizar em doenças tropicais negligenciadas em pessoas e animais.

A doença propaga-se quando os hospedeiros, que incluem pessoas e cães, ingerem os ovos dos vermes em água potável não filtrada. O ovo dá origem a um verme que cresce e se espalha pelo corpo, surgindo nos pés ou nas pernas do hospedeiro. 

No Chade, o número de casos diminuiu de 48, em 2019, para 36, a diminuição mais significativa numa nação. Isso está abaixo de uma estimativa de 3,5 milhões de casos, em 1986.

A diminuição significativa dos casos neste país da África Central deveu-se “aos novos esforços do país e da comunidade, à inovação e às intervenções científicas agressivas,” afirmou Dr. Kashef Ijaz, vice-presidente dos programas de saúde do Centro Carter.

A Etiópia registou 11 casos, mas Angola, Camarões, Mali e Sudão registaram apenas um caso cada. A redução dos casos surge numa altura em que a COVID-19 dominou por completo os sistemas de saúde pública.

“Em contrapartida, o Programa de Erradicação do Verme-da-Guiné não depende do fornecimento de fármacos, porque não há vacina ou medicamentos para tratar a doença,” lê-se num comunicado de imprensa do Centro Carter, que também elogiou uma abordagem centrada na comunidade para combater a doença.

Dos 1.026 funcionários do programa, 1.000 são do Chade. O programa beneficia também do apoio do mesmo número de voluntários das aldeias. A doença do verme-da-Guiné debilita as vítimas. Nos animais, os cães são os mais afectados, tendo sido registados mais de 1.500 casos no Chade, na Etiópia e no Mali, seguido dos gatos domésticos e de rua, bem como dos macacos, de acordo com as estatísticas de 2020.

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