Diálogo do Sudão do Sul Pretende Acabar com a Violência Pastor-Agricultor

By ADF Last updated Out 25, 2021

EQUIPA DA ADF

Os conflitos causados pela migração anual de gado são comuns no Sudão do Sul. As vacas, às vezes, comem ou destroem as culturas dos agricultores, que podem reagir matando o gado. Isso intensifica a guerra entre famílias ou aldeias. A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) está a apoiar um esforço que viaja de aldeia em aldeia para facilitar o diálogo e resolver as disputas.

“O nosso objectivo ao virmos para cá hoje é de encorajar-vos a optarem pelo diálogo para resolver qualquer discórdia em vez de recorrer à violência,” disse Joseph Ngoriakou, responsável pelos assuntos civis na UNMISS, falando para uma multidão, no Estado de Warrap, no início de 2021, de acordo com a ReliefWeb.

Cerca de 200 pessoas, incluindo mulheres, jovens e líderes locais da região, reuniram-se para debater sobre como fazer com que a actual época de migrações de gado seja mais pacífica possível para os pastores e agricultores.

“Por favor, não permitam que o vosso gado destrua as nossas culturas. Nós [os agricultores] estamos dispostos a partilhar os recursos que existem convosco de uma forma pacífica,” Wol Ngong Uchala, um residente de Bab-Chok, na zona de Malual Muok, disse quando falava com os criadores de gado, num evento da UNMISS.

A ONU também está a apoiar um tribunal móvel para julgar os conflitos que não podem ser resolvidos apenas através do diálogo. O grupo assinou o acordo de Marial Bai, em 2016, que orienta como os conflitos devem ser resolvidos, como os criadores de gado devem pedir permissão para movimentar os seus animais e como as compensações devem ser feitas em caso de perda.

Os oradores do evento apresentaram a necessidade de diminuir a quantidade de armas ilegais que circulam na região.

“No passado, as pessoas fugiam para obter segurança de ataques de leões que os atacavam. Hoje, os humanos correm pelas suas vidas por causa de outros humanos,” disse Kerubino Mayar, um criador de gado de Tonj. “Eles têm armas e matam-se uns aos outros. Isso deve acabar. Haja reconciliação, vamos acabar com estes problemas.”