Teatro Famoso Na África Do Sul Abre Cortinas Online

VOZ DA AMÉRICA

O Teatro do Mercado da África do Sul é uma das várias instituições culturais africanas que passaram a funcionar completamente online por causa das restrições da COVID-19 que impedem grandes aglomerados.

Esta pequena instituição já passou por outros tempos de dificuldades. É, muitas vezes, conhecido como o “Teatro das Dificuldades” pelo seu desrespeito pelas leis da era do apartheid, depois da sua abertura, em 1976. Agora, os membros do quadro de pessoal do teatro esperam que a sua mensagem artística, que aborda eventos actuais, seja ouvida para além de África.

O director artístico, James Ngcobo, afirmou que o aclamado teatro, que recebeu 21 prémios internacionais pelo seu trabalho, está a aproveitar a oportunidade para difundir as suas histórias além-fronteiras, através da transmissão online de toda a sua época. Também está a escrever shows novos e tropicais que abordam questões que muitos sul-africanos e muitas pessoas pelo mundo inteiro enfrentam. Ngcobo disse que preparou um plano pouco depois de o governo da África do Sul ter anunciado um confinamento obrigatório rigoroso, no final de Março de 2020, encerrando a maior parte das actividades comerciais não essenciais.

O actor e dramaturgo sul-africano, Paul Slabolepszy, disse que era mais importante do que nunca que a arte continuasse a ser feita.

“Nós explicamos a nós mesmos, as nossas conversas surgem através das histórias que contamos. Se estivéssemos a viver apenas com as dificuldades que temos e sem esperança, a vida seria aterrorizante,” disse. “Precisamos de histórias a toda a hora. Precisamos de estar ligados da forma que pudermos para nos sentirmos humanos.”

Os teatros nacionais na Argélia e no Egipto também estão a fazer shows online, e o Teatro Nacional da Somália reabriu para as celebrações do Dia da Independência.

Ngcobo disse que o Teatro do Mercado obteve uma reacção entusiasmante às suas ofertas online de pessoas de outros países africanos, bem como dos EUA e da Europa. Mas ele acredita que as casas de arte do continente podem fazer mais. O seu teatro está a comunicar com instituições de Gana, Namíbia e Zimbabwe para ajudá-las a trabalhar online.

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