AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
Cerca de 70 grupos armados concordaram em cessar-fogo, na província do Kivu do Sul, República Democrática do Congo (RDC), um foco de conflitos na conturbada região leste do país.
“Todos os grupos armados do Kivu do Sul concordam em cessar as hostilidades e em instruir os seus respectivos membros a fazê-lo,” segundo um comunicado publicado depois da reunião em Muhesa, próximo da capital provincial, Bukavu.
A reunião, que teve a duração de três dias, contou com a participação do Vice-Ministro da Defesa da RDC, Sylvain Mutombo, e foi co-organizada pelo grupo de resolução do conflito, denominado Search for Common Ground.
Uma reunião semelhante teve lugar em Dezembro de 2019, no mesmo lugar, quando 32 grupos armados locais concordaram em cessar as hostilidades.
Desde o começo de 2020, 139 mortes violentas foram registadas na província, nas mãos de milícias ou do exército, de acordo com o grupo de monitoria, Kivu Security Tracker. Cerca de 20 civis foram massacrados na aldeia de Kipupu, em Julho de 2020.
Quase 18 meses depois de o Presidente Felix Tshisekedi ter subido ao poder sob juramento de trazer a paz para a região volátil, o objectivo continua ilusório.
Em oito meses, cerca de 1.300 pessoas foram mortas nas províncias de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul, de acordo com uma estimativa de Junho de 2020, feita pelas Nações Unidas.
Mais de meio milhão de pessoas foram deslocadas. A violência na província do Kivu do Sul, muitas vezes, ocorre envolvendo ruandeses falantes de Tutsi congolês, conhecidos como os Banyamulenge, e os outros grupos étnicos locais, como os Babembe, os Bafuliro e os Banyindu.