EQUIPA DA ADF
A União Africana (UA) adquiriu perto de 400 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson contra a COVID-19, para todos os Estados-membros. As requisições antecipadas demonstraram que a maioria dos países africanos preferiu a vacina desenvolvida nos EUA.
John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, disse que a vacina de dose única da Johnson & Johnson faz com que ela seja a escolha prática para iniciar a campanha de inoculação no terceiro trimestre de 2021.
“Precisamos de imunizar pelo menos 60% da nossa população para que o nosso continente esteja livre do vírus,” disse Nkengasong à Reuters. “O acordo [com a Johnson & Johnson] possibilita que possamos avançar em direcção ao alcance desta meta.”
Uma instalação fabril de produção de fármacos, na África do Sul, operada pela Aspen Pharma, irá produzir a maior parte das vacinas.
As vacinas estarão disponíveis para todos os países africanos através da Plataforma Africana de Suprimentos Médicos. O acordo histórico da UA resulta da cooperação entre a Equipa do Fundo Africano de Aquisição de Vacinas, as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, trabalhou directamente com a Johnson & Johnson durante o período do seu mandato como presidente da UA. A África do Sul foi o primeiro país a utilizar a vacina, que demonstrou ser eficaz para a prevenção de infecções graves resultantes da variante do vírus que emergiu na África do Sul, em Dezembro, e já se propagou para 30 países.
“Este acordo é uma meta significativa na protecção da saúde de todos os africanos,” disse Ramaphosa numa reportagem da miningreview.com. “Também é uma demonstração poderosa de unidade africana e daquilo que somos capazes de alcançar através de parcerias entre o sector estatal, o sector privado e as instituições internacionais que colocam o povo em primeiro lugar.”
Nigéria, o país mais populoso de África, espera receber 70 milhões de vacinas — com um envio inicial de 30 milhões até Julho.
“Isto ainda não foi concluído, mas estas são algumas das conversações avançadas que estão a decorrer entre a Nigéria e a União Africana,” Faisal Shuaib, director da Agência Nacional de Desenvolvimento de Cuidados de Saúde Primários da Nigéria, disse à Reuters.
A vacina da Johnson & Johnson ainda deve receber a autorização dos reguladores dos países africanos, mas já foi aprovada para uso em situações de emergência pela OMS, pela União Europeia e pelos EUA.
As autoridades de saúde dos EUA interromperam o uso da vacina da Johnson & Johnson, uma vez que a sua revisão relata que seis dos aproximadamente 7 milhões de americanos que receberam a vacina desenvolveram um coágulo sanguíneo raro, mas grave. No dia 13 de Abril, o porta-voz da Johnson & Johnson, Jake Sargent, afirmou que “nenhuma relação casual clara” foi estabelecida entre os coágulos sanguíneos e a vacina.
“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com os especialistas e os reguladores para avaliar os dados e apoiar a abertura de comunicação de informação para profissionais de saúde e para o público,” disse Sargent.
O Ministro de Saúde da África do Sul, Dr. Zweli Mkhize, disse que o país estava a interromper o uso da vacina temporariamente “por causa de um excesso de precaução.”
O Dr. Mkhize disse que nenhum coágulo sanguíneo associado à vacina foi detectado entre os mais de 289.000 sul-africanos que receberam esta vacina. Numa reportagem da ABC News, do dia 13 de Abril, ele disse que as dúvidas relacionadas com a vacina seriam “provavelmente clarificadas dentro de alguns dias.”