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Ruanda, o país de milhares de montanhas, foi o primeiro no mundo a abraçar os serviços de entrega comercial com recurso a drones, quando a empresa Zipline começou a transportar sangue por via aérea, em 2016. O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, considera os drones como parte do futuro do seu país; ele quer que sejam fabricados e pilotados por ruandeses.
A Zipline fez a entrega de dezenas de milhares de unidades de sangue. Mas é uma excepção. Os seus voos são classificados como sendo do governo, significando que têm isenções de alto nível quando se trata de gestão de tráfico aéreo.
O mesmo acontece em Kigali, a capital do país, onde a polícia utilizou drones para fazer cumprir as quarentenas que resultaram do surto da COVID-19. A polícia equipou os drones com altifalantes para ordenar os cidadãos a permanecerem nas suas casas.
Tais isenções na gestão do tráfico do espaço aéreo inferior não se aplicam a redes comerciais de entrega a longo prazo com recurso a drones. A questão espinhosa de regulamentação e gestão do espaço aéreo inferior terá de ser resolvida para que os drones possam ser comercialmente bem-sucedidos.
Edward Anderson, do Banco Mundial, que se concentrou na questão dos drones da região, observa que existem muitos usos além das entregas médicas.
“O Ruanda é uma das regiões rurais mais densamente habitadas do mundo,” disse. “A longo prazo, esperamos ver os drones a possibilitarem oportunidades económicas na agricultura, para operários em pequena escala, e a efectuarem entregas de bens sensíveis ao factor tempo, tais como dinheiro e documentos.”