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Fazendo o uso do vasto potencial energético, tal como solar, eólico e geotérmico assim como uma rede quase 100% fornecida por recursos renováveis, a Etiópia está a levar a cabo um processo ambicioso para alcançar acesso universal a energia até 2025.
Na verdade, a Etiópia não está apenas a emergir como um modelo para o desenvolvimento da energia na África Subsaariana, mas está também a fazê-lo enquanto lidera inovações na área de igualdade do género.
Em 2018, a Ethiopian Electric Utility decidiu garantir que as mulheres estejam bem representadas naquele que tem sido um sector esmagadoramente dominado por homens. Em 2020, as mulheres representavam 20% da mão-de-obra daquele serviço. A empresa quer que este número alcance os 30% dentro de cinco anos e tem uma visão de alcançar a igualdade de género em toda a instituição.
“As mulheres perfazem 50% da sociedade”, disse Ato Shiferaw Telila, o PCA da empresa. “Para que a nossa empresa seja eficaz no seu objectivo corporativo, precisamos de criar um ambiente capacitador tanto para homens como para mulheres”.
A empresa alocou 4,5 milhões de dólares para fechar as lacunas do género e para o envolvimento dos cidadãos. A sua abordagem começou com o desenvolvimento de um portefólio de futuros colaboradores. Assinou uma parceria única com o Ministério da Ciência e Ensino Superior e 12 universidades etíopes para fornecer cursos na área de ciências, tecnologia, engenharia e matemática a fim de ajudar as colaboradoras do sexo feminino a igualarem aos funcionários do sexo masculino, no que diz respeito à educação para que possam progredir nas suas carreiras no sector de energia.
A empresa agora está a dar bolsas completas para colaboradoras do sexo feminino para fazerem o grau de mestrado ou tirarem uma formação técnica. O trabalho irá também investigar impedimentos — tais como ambientes hostis de estudo para as mulheres e redes profissionais limitadas — para navegar nesta transição escola-trabalho.
Uma estudante de engenharia, Dagmawit Alemayehu, disse que as portas de oportunidades estão a abrir-se apesar das circunstâncias difíceis. “Tenho de trabalhar muito mais porque, como mulher, a primeira coisa que vêem quando olham para mim é: ela não devia estar aqui”, disse Dagmawit. “Mas agora existem bolsas para mulheres e alguns cursos são fornecidos gratuitamente para mulheres. Sinto que as coisas estão a melhorar”.
A empresa também desenvolveu formações na área de liderança para as suas funcionárias com vista a garantir que as mulheres não fiquem paradas nos cargos juniores. Também decidiu tornar o seu ambiente de trabalho mais seguro para colaboradores do sexo masculino e do sexo feminino, desenvolvendo uma política contra a violência baseada no género e um código de conduta que deixa bem claro que o assédio sexual não é aceite.
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