AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
O Malawi recebeu 17 rinocerontes-negros da África do Sul no âmbito de um programa para reabastecer as espécies que morreram temporariamente naquele país da África Austral, na década de 1980.
A African Parks, uma instituição de caridade liderada pelo Príncipe Harry, da Grã-Bretanha, disse que a operação começou com uma viagem de oito horas da reserva de caça Ezemvelo KwaZulu-Natal Wildlife, na África do Sul. Os rinocerontes foram então libertos no Parque Nacional Liwonde, no sul do Malawi, onde as tropas britânicas estão a treinar guardas na luta contra a caça furtiva.
“Esta é uma das maiores translocações internacionais de rinocerontes-negros até à data”, aponta uma declaração de Peter Fearnhead, da African Parks, que reabilita e gere cerca de uma dezena de parques em 10 países.
A operação foi realizada em conjunto com o World Wildlife Fund South Africa e os governos do Malawi e da África do Sul.
“A nossa visão compartilhada é fortalecer as populações de rinocerontes existentes no Malawi e apoiar os esforços regionais para conservar esta espécie criticamente ameaçada”, disse Fearnhead.
Brighton Kumchedwa, director de vida selvagem e parques do Malawi, disse que a iniciativa reforçaria a população de rinocerontes, que morreu no Malawi em 1981 antes da reintrodução de quatro rinocerontes em 1993.
As autoridades do Malawi recusaram-se a declarar a actual população de rinocerontes, invocando razões de segurança.
Fearnhead disse que os rinocerontes recém-introduzidos seriam equipados com sensores GPS e que os animais seriam monitorados por vigilância aérea e patrulhas diárias.
Outrora abundantes em toda a África Subsaariana, os rinocerontes-negros sofreram pela primeira vez com a caça feita pelos colonos europeus. Mais tarde, os caçadores furtivos acabaram com eles; apenas 2.475 foram registados em 1993, de acordo com o World Wildlife Fund. Desde então, os esforços de conservação voltaram a elevar a população para cerca de 5.000.