EQUIPA DA ADF
A pandemia da COVID-19 tem sido uma estrada esburacada para os moto-taxistas da África Oriental.
Os polivalentes moto-táxis, também conhecidos localmente como boda-bodas e que transportam passageiros pelas ruas da cidade foram declarados um perigo à saúde, foram regularizados, encerrados e posteriormente restabelecidos. Também foram reconhecidos como fazendo parte de um sector emergente de meios de transporte não-dispendioso que emprega jovens e que é essencial para a reconstrução das economias locais.
Recentemente, os motoristas de boda-bodas do Quénia, Ruanda e Uganda estão a receber um novo título: campeões de saúde pública.
No início deste ano, a Africa Lion Advisory (ALA), uma empresa de consultoria financeira queniana, formou 3.595 motoristas de boda-boda ugandeses em matérias de como proteger a si próprios, os seus clientes e as comunidades contra a COVID-19.
Ilda Wangari, directora de comunicações para as formações, disse que o objectivo da ALA era de reduzir o risco de propagação da COVID-19, ensinando aos motoristas a, pelo contrário, propagarem informação de saúde, medidas de protecção e dicas de segurança.
“O nosso projecto piloto foi em Nairobi (em 2020), depois estávamos firmes e capazes para expandir as operações para outras partes do Quénia e, eventualmente, para Uganda e Ruanda,” disse ela numa entrevista do mês de Setembro, no blog de tecnologia, HapaKenya.
“A expansão foi inspirada pela necessidade de divulgar esta informação vital sobre a COVID-19, enquanto tiramos vantagem dos numerosos operadores de boda-bodas nos três países.”
Wangari disse que o programa já formou 12.940 condutores.
Francis Asiku, que conduz em Kampala, disse que a formação mudou-o para o melhor.
“Eu nunca usava máscara, nunca utilizava desinfectantes nem seguia qualquer directriz de saúde para proteger a mim mesmo e aos outros,” disse num comunicado. “Agora, depois do programa, cumpro com os protocolos de segurança.”
“Isso também serviu para atrair mais passageiros.”
Nos primeiros dias da pandemia, os operadores de boda-boda lidaram com muitas restrições de movimento por causa da preocupação de que o contacto muito próximo dos moto-taxistas com os passageiros poderia transformá-los em superpropagadores da COVID-19.
A ALA estima que um moto-taxista faz, em média, três contactos por dia. Alguns países baniram os moto-taxistas ou limitaram a sua circulação através de horários de recolher obrigatório.
O currículo da formação, que se pode aceder através de smartphones e telefones analógicos, encontra-se disponível em Inglês, Swahili, Kinyarwanda e Luganda. A ALA desenvolveu este currículo em parceria com a Fundação Mastercard. Esta empresa também criou uma série de vídeos animados que partilhou com os moto-taxistas no WhatsApp.
Depois da sua formação, os moto-taxistas receberam máscaras, desinfectantes e colectes reflectores de segurança com mensagens de sensibilização sobre a COVID-19.
Asiku, cujo negócio voltou a estar estável, inclui a si próprio entre os convertidos. Agora, ele não é apenas um adepto, mas um embaixador.
“Apelo a todos, especialmente aos meus companheiros moto-taxistas assim como aos passageiros que transportamos, para sempre seguirem os protocolos de segurança do Ministério de Saúde, para evitarem contrair e propagar o vírus para os outros,” disse.