EQUIPA DA ADF
O exército do Benim está a trabalhar para tranquilizar as comunidades na região da sua fronteira norte que é capaz de proteger a região de outras incursões terroristas vinda de Burquina Faso, Mali e outras partes do Sahel.
“O exército beninense está suficientemente equipado para afastar todas as escórias que podem causar distúrbios à tranquilidade dos beninenses,” Alain Fortunate Nouatin, Ministro de Defesa do Benin, disse recentemente ao africanews.com.
Há muito considerado um dos países mais estáveis da África Ocidental, o Benin viu a sua estabilidade ameaçada desde que os terroristas do Mali atacaram a cidade fronteiriça de Porga, em Dezembro de 2021. Esse ataque veio depois de vários relatos de extremistas que se movimentavam facilmente entre as províncias de Atacora e Alibori e nas regiões vizinhas de Burquina Faso e Níger, em 2020 e 2021.
Desde essa altura, o Benin já foi alvo de pelo menos 20 ataques, que penetraram ainda mais para o interior do seu território.
Os ataques fazem parte de uma pressão regional do grupo que se encontra nos países do interior do Sahel para estabelecer corredores de transporte, através de Benin e outros países do Golfo da Guiné. Ataques semelhantes foram iniciados contra Togo e Costa do Marfim. O Gana é considerado um ponto de trânsito para os extremistas.
“Não existe mais qualquer dúvida: O Benin está numa guerra contra o terrorismo,” disse a Vice-Presidente do Benin, Mariam Chabi Talata, durante uma cerimónia em homenagem aos cinco soldados mortos por terroristas, em Abril, vítimas de uma bomba colocada na berma da estrada, no Parque Nacional de Pendjari.
O Benin anunciou um acordo com o Níger no dia 11 de Julho que compromete os dois países a combaterem de forma conjunta contra os extremistas que operam ao longo da sua fronteira comum.
“A assinatura deste acordo marca o começo de uma era de cooperação mais estreita na área de defesa e segurança entre a República do Níger e a República do Benin,” disse Nouatin durante a cerimónia, na companhia do Ministro da Defesa Nacional do Níger, Alkassoum Indattou.
Os extremistas estão a utilizar o sistema W-Arly-Pendjari (WAP) dos refúgios da vida selvagem como esconderijos e bases a partir das quais podem lançar ataques. O complexo do refúgio estende-se ao longo da fronteira do Benin, Burquina Faso e Níger.
Antes do ataque de Pendjari, em Abril, que tirou a vida de cinco soldados, uma bomba plantada na berma da estrada, no Parque Nacional de W matou quatro fiscais e um formador de combate à caça furtiva, em Fevereiro.
As autoridades da African Parks, que ajudam a fazer a gestão do parque do Benin, acreditam que os extremistas estão a atravessar a fronteira a partir dos esconderijos do lado burquinabê do Rio Pandjari. Em 2020, os fiscais de combate à caça furtiva da African Parks passaram 36 horas a perseguirem suspeitos extremistas armados em todo o Parque Nacional de W, no nordeste do Benin. Os homens, que entraram no parque a partir do Burquina Faso, fugiram para a Nigéria.
O Benin respondeu aos ataques transfronteiriços, criando uma base militar na região, aumentando a sua presença militar e colocando pontos de controlo ao longo da estrada, entre Porga e Tanguiéta, cerca de 60 km no interior.
Alguns residentes afirmam que a situação está a prejudicar a vida diária e os negócios na região.
Os residentes já não se sentem suficientemente seguros para fazer os seus negócios, desde compras pessoais e viagens até o turismo, Robin Accrombessi, Presidente do The Voice of Consumers, uma associação de defesa dos direitos do consumidor, disse ao africanews.com.
“Estamos constantemente com medo,” disse.