África Deverá Receber Comprimidos de COVID-19 Fabricados pela Pfizer
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) assinou um memorando de entendimento com a empresa de produção de fármacos, Pfizer, que irá trazer comprimidos de COVID-19 para o continente.Os comprimidos Paxlovid, da Pfizer, são cerca de 90% eficazes na prevenção de internamentos e mortes causadas por COVID-19 grave em pacientes que os receberem dentro de três dias depois do aparecimento dos sintomas. O Director do Africa CDC, John Nkengasong, anunciou o acordo no dia 10 de Março. Os comprimidos são concebidos para uso por pessoas com elevado risco de doença grave.
Nkengasong apelou aos países africanos a continuarem o uso da uma combinação de medidas, incluindo o aumento da testagem e tratamentos como o tratamento da Pfizer para combater a COVID-19. O departamento jurídico da União Africana deve autorizar o acordo antes da entrega dos comprimidos.
“Estas moléculas possuem um papel muito único a desempenhar numa campanha para a luta contra esta terrível pandemia,” disse Nkengasong numa reportagem da Al-Jazeera.
Paxlovid, um antiviral conhecido como inibidor da prótase, interrompe a propagação da COVID-19, prendendo-se a uma enzima extremamente importante para a função e reprodução do vírus, de acordo com um relatório da Pharmaceutical Technology. Visto que Paxlovid pode ser ingerido oralmente, em casa, os especialistas esperam que o medicamento reduza os internamentos nos países com sistema de saúde sobrecarregado pela pandemia.
Os pacientes que utilizam o Paxlovid tomam três comprimidos duas vezes por dia durante cinco dias. É crucial que os pacientes comecem o tratamento o mais cedo possível depois de experimentar os sintomas do coronavírus.
“Quando já tiver ficado doente com o vírus por mais de uma semana, o dano feito no organismo, num caso grave, não pode ser desfeito por meio do antiviral,” Dr. Jeffrey Topal, um especialista de doenças contagiosas, da Yale Medicine, disse numa reportagem do yalemedicine.org
A reportagem da Yale Medicine afirmou que a maior parte das pessoas que tomam o Paxlovid apenas experimentam efeitos colaterais ligeiros como alteração do paladar, diarreia, dores musculares e aumento da pressão sanguínea.
Dr. Scott Roberts, também um especialista em matéria de doenças contagiosas da Yale, caracterizou o Paxlovid como um “divisor de águas” na batalha contra a COVID-19.
“Na verdade, é o nosso primeiro comprimido antiviral oral eficaz para este vírus,” disse Roberts, numa reportagem da yalemedicine.org. “Demonstra ter benefícios claros e pode realmente prevenir internamentos e mortes em pessoas de alto risco.”
Os comprimidos demonstraram ser de extrema importância no combate à esperada quinta vaga da COVID-19, que pode atingir África do Sul até finais de Abril, de acordo com o Dr. Ridhwaan Suliman, um investigador do Concelho de Pesquisa Científica e Industrial.
Suliman disse à publicação de notícias online sul-africana, News24, que até 12 milhões de sul-africanos estão susceptíveis de mais infecção porque não tem imunidade anterior.
Durante a cimeira de prestação de cuidados de saúde da África do Sul, em Março, Suliman e outros previram uma quinta e sexta vagas de COVID-19. A quinta vaga provavelmente será impulsionada por uma nova variante que irá vencer a Ómicron como causa de infecções dominante daquele país, afirmam os especialistas. As vagas da África do Sul esteveram separadas uma da outra por cerca de três meses.
“Mas embora possam provavelmente haver níveis elevados de infecção, existem níveis superiores de imunidade naquele país,” desse Suliman à News24. “Por isso, esperamos ver menos resultados graves de internamentos e mortes daqui em diante.”
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