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O Uganda lançou um teste rápido de anticorpos da COVID-19, que, segundo os desenvolvedores, podem ajudar os médicos a detectarem o vírus de maneira mais abrangente em África. O teste, que requer uma picada num dedo para extrair sangue, foi desenvolvido por uma equipa em Makerere, a universidade pública mais antiga do Uganda, que conta com financiamento parcial da Embaixada Francesa. Os cientistas ugandeses baseiam os seus conhecimentos de diagnóstico na vasta experiência com doenças infecciosas, como o HIV e o Ébola.
“Trata-se de um teste realizado no local de atendimento que pode ser utilizado nas aldeias da África Equatorial, em áreas remotas onde não haja laboratórios, electricidade ou especialistas,” afirmou Misaki Wayengera, investigador do Departamento de Patologia, na Universidade de Makerere.
“Temos muita experiência no desenvolvimento de testes rápidos para doenças infecciosas… Pelo que, quando surgiu a COVID, dissemos: ‘Temos as competências, por que não fazemos isso?’”, afirmou Wayengera, que também ajudou a inventar um teste rápido para o Ébola.
Os kits funcionam da seguinte maneira: detectam dois anticorpos, a imunoglobulina M e a imunoglobulina G, despoletados quando alguém é infectado com COVID-19, explicou Wayengera antes da inauguração em Mulago, o hospital de referência do Uganda.
Makerere associou-se à empresa local Astel Diagnostics Uganda, um fabricante certificado pela Organização Mundial de Saúde, para fazer um lote inicial de 2.400 testes. Wayengera disse que estão em negociações com grandes investidores para aumentar a produção comercial.
O kit, que foi aprovado pela National Drugs Authority, uma entidade do governo do Uganda, possui uma taxa de exactidão de 70 por cento, afirmou, mas os investigadores esperam que atinja 90 por cento.
Apesar de os testes rápidos serem considerados essenciais no combate à COVID-19, muitos países têm tido dificuldades de encontrar uma ferramenta de diagnóstico no local de atendimento que seja barata e facilmente disponível para testes em massa.
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