EQUIPA DA ADF
Em meio a um recente aumento de terrorismo na Somália e contínua falta de forças adequadas de segurança do Estado, a necessidade de soldados de manutenção da paz continua alta.
Entretanto, o tempo vai-se esgotando quanto à Missão da União Africana na Somália (AMISOM) definida para terminar no dia 31 de Dezembro.
A União Africana e o governo da Somália não concordam sobre como deve ser a missão daqui em diante.
No dia 10 de Outubro, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPSUA) anunciou a sua intenção de formar uma missão conjunta com as Nações Unidas para permitir que “outras partes interessadas e dispostas entre os Países Membros da União Africana” se juntem à operação.
O concelho expressou “sérias preocupações da deterioração da situação de segurança na Somália, que registou uma ressurgência preocupante em actividades do al-Shabaab e outros grupos terroristas em grandes partes do país e está a afastar-se da atenção de processos críticos da construção do Estado e da estabilização.” Dois dias depois, a Somália rejeitou o plano que também precisa de aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Num comunicado, o Ministério da Defesa da Somália expressou as suas próprias “graves preocupações quanto à contínua desconsideração pelo CPSUA da soberania, integridade territorial e independência política da Somália por repetidamente seguir uma agenda que põe em risco a agenda do conselho e violar os direitos básicos de um país membro.”
A AMISOM, uma força de manutenção da paz regional, foi criada em 2007 pelo CPSUA, com a aprovação da ONU. As suas aproximadamente 20.000 tropas são originárias de Burundi, Djibouti, Etiópia, Quénia, Serra Leoa e Uganda.
A missão da AMISOM de estabilizar o país e ajudar a criar a capacidade do exército nacional da Somália e das forças policiais do país mudou em 2010 para enfrentar directamente o al-Shabaab.
A insurgência islâmica ligada ao al-Qaeda faz ataques frequentes e mortais contra alvos civis e militares e controla grandes partes das zonas rurais na região central e sul da Somália.
A AMISOM esteve a enfrentar problemas de financiamento persistentes que fizeram com que o Burundi e o Uganda ameaçassem retirar as suas tropas.
Actualmente, a missão não recebe financiamento da ONU, mas de doadores internacionais.
Os países que contribuem com tropas, tais como o Quénia, expressaram apoio para a reconfiguração da missão da AMISOM numa missão conjunta com a ONU.
“O interesse estratégico do Quénia na Somália é puramente de ver uma Somália, assim como os seus vizinhos, em paz. Portanto, a nossa presença na Somália não é apenas desejável mais uma questão de interesse nacional,” comandante do Sector II da AMISOM, Brigadeiro Jeff Nyagah, disse ao jornal queniano, the Nation.
“A AMISOM não pode estar aqui para sempre. Num certo momento, teremos de sair e deixar a responsabilidade para o povo da Somália.”
Enquanto a Somália lute com as suas crises de segurança constantes, os seus líderes estão envolvidos nas suas próprias crises políticas. O presidente Mohammed Abdullahi Mohammed e o primeiro-ministro Mohammed Hussein Roble discordam quanto à estratégia correcta para a segurança e para as eleições que se avizinham, que foram adiadas sem data definida.
A declaração do CPSUA apelou que as duas partes resolvam as suas diferenças e “voltem a centrar-se, sem demora, na conclusão das eleições cuja data já está ultrapassada.”
“O contínuo impasse político entre o Gabinete do Presidente e o Gabinete do Primeiro-Ministro está a contribuir para a deterioração da situação de segurança, numa altura em que as autoridades políticas encontram a sua atenção desviada dos assuntos relacionados com a governação.”