equipa da ADF
O Reino de Axum, também conhecido como Aksum, foi o primeiro a fazer muitas coisas na África Subsaariana. Foi o primeiro reino a cunhar a sua própria moeda. Criou a sua própria linguagem escrita, chamada Ge’ez, que ainda está em uso na Etiópia hoje. O seu rei foi o primeiro a adoptar o cristianismo como religião oficial. E Axum dominou o comércio no Corno de África e ao longo do Mar Vermelho durante séculos.
Embora o reino date do século I d.C., a sua época de maior influência e prosperidade foi do século III ao século VI. O reino durou até ao século VIII. Ocupou a região que hoje é Djibuti, Eritreia, Etiópia, Somália e Somalilândia.
Pode ter sido inevitável que o Reino de Axum prosperasse. A região foi abençoada com ricas terras agrícolas, zonas de pastagem livres de doenças e estações chuvosas confiáveis. A sua localização no Corno de África tornou-o ideal como um centro comercial regional. Axum negociava principalmente ouro e marfim, mas também chifre de rinoceronte, sal, pedras preciosas — e escravos. Comerciantes árabes trocavam tecidos, espadas, vinho e azeite.
Com a riqueza acumulada através do comércio, o reino construiu um exército forte, com um rei substituindo uma rede de chefes regionais. As tribos subjugadas mantiveram alguma independência, mas tiveram que pagar impostos, geralmente na forma de centenas de cabeças de gado.
O rei de Axum tomou o título de “Negusa Negast”, ou “Rei dos Reis”, que alguns historiadores acreditam ter indicado que ele permitiu que os seus líderes tribais se considerassem “reis juniores” e continuassem a governar o seu povo.
Uma região do Axum usou uma língua escrita chamada Sabaean, uma língua semítica do Médio Oriente. As outras partes do reino usavam o grego. Axum desenvolveu a sua própria linguagem escrita, com os primeiros exemplos encontrados em placas de pedra por volta do século II. Ge’ez tem caracteres para vogais e consoantes e é lido da esquerda para a direita, tal como as línguas ocidentais.
Axum tornou-se o primeiro reino subsaariano com a sua própria casa da moeda, um resultado da exposição a tantas culturas avançadas como um centro comercial. As primeiras moedas, em ouro e prata, foram produzidas no século III e tinham inscrições gregas com símbolos sabeus. Elas foram cunhadas de acordo com pesos padrão de moedas romanas, para torná-las válidas para o comércio exterior. O reino produziu milhares de moedas, a maioria das quais em bronze.
O que os historiadores sabem sobre o reino é baseado em registos escritos escassos que incluem histórias conflituantes. Mas uma forma de rastrear a história do império é através das suas moedas, que apresentavam retratos dos reis que governavam — 20 no total — ao longo de mais de três séculos. Geralmente acompanhavam os retratos duas espigas de milho, e desde o reinado de Ezana I, uma cruz cristã. As moedas têm o nome do rei e um slogan encorajador, como “Paz ao Povo.”
Por possuir moedas próprias, comparáveis àquelas dos impérios mais antigos, mais estabelecidos, Axum tinha declarado que era igual a todas as civilizações existentes. No seu tempo, foi descrito como um dos quatro grandes impérios do mundo.
O declínio do reino começou no final do século VI por várias razões. A política dos reis de permitir que os seus chefes controlassem as suas tribos provou ser um erro, pois os chefes começaram a rebelar-se. A abundante terra entrou em declínio devido ao excesso de culturas, e o Califado Rashidun — muçulmanos árabes — provou ser formidável concorrente comercial no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
O que restava de Axum ressuscitou no século XIII, como o Reino da Abissínia.