A comunicação eficaz é fundamental para o sucesso de eventos de treino militar como o Obangame Express, que reforça a cooperação no combate a crimes marítimos como a pesca ilegal, a pirataria e o tráfico.
Quase 20 países africanos, de Cabo Verde à Namíbia, participaram no exercício de duas semanas. O maior exercício marítimo multinacional da África Ocidental e Central terminou no dia 16 de Maio de 2025. Incluiu treino de visita, abordagem, busca e apreensão no Senegal. Os participantes praticaram entradas tácticas em navios e aprenderam procedimentos de busca e manuseamento de provas. O suboficial Mass Jallow, da Marinha da Gâmbia, disse que o exercício beneficiou a sua equipa.
“Viemos de países diferentes, com formações diferentes,” disse Jallow. “Partilhar técnicas e experiências dá-nos ideias mais sólidas para levar para casa.”
Cabo Verde acolheu o exercício, que se estendeu por cinco zonas marítimas, de Angola ao Senegal. A 6.ª Frota dos Estados Unidos liderou o exercício, apoiada pelo Comando dos EUA para África.
O exercício incluiu mais de 30 navios, várias aeronaves e 21 centros de operações marítimas. Ele apoia o Código de Conduta de Yaoundé, que ajuda a manter a consciência situacional e combate o crime marítimo no Golfo da Guiné, um ponto crítico para a pirataria, a pesca ilegal, o tráfico de drogas e outros crimes.
Os participantes também praticaram o uso do SeaVision, uma ferramenta que permite aos utilizadores rastrear embarcações comerciais em todo o mundo com dados de transponders do sistema de identificação automática. O SeaVision ajuda os países a partilhar informações e inteligência marítimas, melhorar as capacidades operacionais e detectar embarcações que não transmitem um sinal de transponder, o que, muitas vezes, é um sinal de actividade ilegal.
O exercício incluiu um evento de seis dias sobre o Estado de direito para melhorar a interoperabilidade na abordagem de embarcações, na recolha de provas, na construção de casos e na acusação. Os países participantes forneceram um representante legal e operadores marítimos. O evento contou com vários exercícios simulados e um julgamento simulado no qual os operadores marítimos testemunharam sobre as suas descobertas.
“Estamos a falar de imigração ilegal, pesca ilegal, pesca não declarada e também tráfico de drogas, que são ameaças às nossas águas,” o Capitão Francisco Moreira, director de operações da Guarda Costeira de Cabo Verde, disse num comunicado de imprensa. “Cabo Verde também convidou todas as agências nacionais que trabalham juntas nessas operações. Acho que, a partir de agora, estaremos mais bem preparados para as nossas missões.”
