A Direcção de Crime Cibernético da Interpol em Singapura classificou a Força Policial da Nigéria — Centro Nacional de Combate ao Crime Cibernético em primeiro lugar entre 54 países africanos em 2024. Entre outras realizações, o centro recuperou 5,6 milhões de dólares em fundos roubados, prendeu 751 pessoas suspeitas de Crime Cibernético e apreendeu 785 dispositivos utilizados em ataques.
A Nigéria é o país mais afectado pela crime cibernético em África e lançou programas para combater crimes como o roubo de identidade, crimes relacionados com cartões SIM e ransomware. O país tem agido no sentido de modernizar as suas leis para acompanhar os novos crimes.
“Não podemos ter sucesso na luta contra o crime cibernético isoladamente,” Mohammed Isah, chefe do Cybercrime Operation Desk da Interpol, disse na Semana da Segurança Cibernética 2024. “Seja do lado da aplicação da lei, do sector privado ou de outros intervenientes relevantes. Temos de trabalhar em conjunto.”
A Nigéria criou o centro em 2017 como centro policial para combater o crime cibernético. Em 2021, o país lançou uma Importante Infra-estrutura Pública Nacional, que permite o intercâmbio seguro de dados através da autenticação dos utilizadores. Em resposta ao roubo de dados, a Agência Nacional de Dados de Tecnologia da Informação criou uma equipa de investigação de violações de dados e abriu laboratórios forenses digitais.
Mas a Nigéria continua a enfrentar um desafio assustador. O país regista mais de 2.560 ataques cibernéticos por semana, segundo o Sistema Central de Valores Mobiliários da Nigéria. Em 2019, um inquérito revelou que 86% das empresas comunicaram que a sua infra-estrutura de nuvem pública tinha sido atingida por um ataque cibernético, o segundo mais elevado entre 26 países inquiridos.
O centro acredita que está a ter um impacto através de detenções e de uma pressão implacável sobre as gangues. Uma operação coordenada com a Interpol em 2024 teve como alvo a gangue Black Axe da Nigéria e resultou em 300 detenções, 3 milhões de dólares em bens apreendidos e 720 contas bancárias bloqueadas em vários países.
“Posso dizer-vos claramente que os criminosos cibernéticos não estão a ser fáceis connosco,” afirmou o Comissário da Polícia Uche Henry, director do centro. “Eles sabem que, quando se trata de combater o crime cibernético, não nos comprometemos de forma alguma. Damos o nosso melhor na luta e continuaremos a dar o nosso melhor para garantir que levamos à justiça quem quer que decida entrar no crime cibernético.”