EQUIPA DA ADF
As Forças de Defesa do Quénia começaram a receber helicópteros e outro equipamento militar dos Estados Unidos, numa altura em que enfrentam ameaças terroristas constantes e participam em missões de manutenção da paz regionais e internacionais.
Em Julho, o Quénia recebeu dois de oito helicópteros UH-1 “Huey.” Conhecido como uma aeronave militar utilitária, o Huey foi concebido e produzido pela empresa aeroespacial americana Bell Helicopter. Está prevista a chegada de mais seis helicópteros Huey e oito helicópteros militares ligeiros MD500 entre o final de 2024 e meados de 2025. Para além de aumentar a capacidade do Quénia para prestar apoio regional à manutenção da paz e participar em operações de segurança, os helicópteros serão utilizados em ataques aéreos, no destacamento e evacuação de tropas e na entrega de abastecimentos.
Aden Duale, secretário de Estado da Defesa do Quénia, disse à Citizen TV Kenya que estava satisfeito com os helicópteros que foram entregues, depois de um repórter ter sugerido que os helicópteros militares existentes nas KDF estavam “velhos.”
“Antes de recebermos os helicópteros, as nossas equipas técnicas fazem uma avaliação,” afirmou Duale, acrescentando que a aeronave ajudará a “reforçar os nossos meios aéreos, a reforçar a capacidade das KDF, a proteger o nosso espaço aéreo e a participar na guerra contra o al-Shabaab na Somália.”
O Quénia também irá receber cerca de 150 veículos blindados de segurança M1117 dos EUA este ano. Os M1117 podem atingir velocidades até 100 quilómetros por hora. Incluem normalmente um lançador de granadas Mk19, uma metralhadora M2 de calibre .50 e uma metralhadora M240.
Desde 2020, os EUA atribuíram 230 milhões de dólares em financiamento do sector da segurança civil e da defesa ao Quénia, incluindo assistência contínua de consultoria e formação da Guarda Nacional de Massachusetts, que beneficia pilotos quenianos, pessoal de logística e o Batalhão de Resposta a Catástrofes das KDF.
Ataques Fronteiriços
A entrega de equipamento militar ao Quénia é oportuna. Os contínuos ataques do al-Shabaab no Quénia, perto da fronteira com a Somália, coincidiram com a retirada da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS). Estes ataques adiaram a reabertura da fronteira comum, que está encerrada desde 2011.
Entre Junho e o início de Agosto, registaram-se mais de 90 ataques do al-Shabaab na zona fronteiriça, de acordo com o Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED). Os ataques tiveram como alvo as forças de segurança e civis.
No dia 13 de Junho, um dispositivo explosivo improvisado matou oito agentes da polícia queniana em Garissa, enquanto cinco civis foram mortos em Lamu 11 dias depois. Em resposta, o Quénia construiu 14 bases operacionais ao longo da fronteira comum.
Em Agosto, o al-Shabaab realizou o seu primeiro ataque desde 2020 no condado de Marsabit, situado na fronteira com a Etiópia, segundo o ACLED. Em meados de Setembro, a porta-voz do Serviço Nacional de Polícia do Quénia, Resila Onyango, alertou o público sobre as ameaças mais credíveis do al-Shabaab. Onyango instou o público a denunciar quaisquer actividades duvidosas ou pessoas suspeitas à polícia.
“O Serviço Nacional de Polícia está a trabalhar em estreita colaboração com outras agências de segurança a nível nacional, regional e internacional, bem como com o público, através de um policiamento baseado em informações,” afirmou Onyango num relatório da agência noticiosa somali Garowe Online.
KDF na Somália
O Quénia conta actualmente com 4.000 militares a prestar serviço na ATMIS. O mandato da missão termina no final do ano.
Uma nova missão de manutenção da paz da UA, a Missão de Apoio e Estabilização na Somália, sucederá à ATMIS. Prevê-se que inclua cerca de 11.911 efectivos, incluindo 85 civis e 680 agentes da polícia, e que seja destacada em quatro sectores geográficos.
Aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em Agosto, o seu objectivo é ser destacado a 1 de Janeiro de 2025, transferir gradualmente as responsabilidades de segurança para as forças de segurança somalis e retirar o seu pessoal até ao final de 2028, de acordo com o site de notícias independente Security Council Report. Não está claro se o Quénia participará na nova missão.