Aníbal, Especialista Em Tácticas De Campo De Batalha

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EQUIPA DA ADF

Passam quase 3.000 anos desde o tempo do conquistador da África do Norte, conhecido simplesmente como Aníbal. No entanto, continua a ser recordado como um génio militar, um homem que utilizou elefantes na guerra e um homem que ajudou a moldar o curso da civilização.

É mais conhecido pela audácia do seu maior feito militar: o seu exército atravessou os Alpes para invadir a região actualmente conhecida como Itália.

Aníbal Barca nasceu em 247 a.C. na cidade de Cartago. Os vestígios da cidade permanecem até hoje no que é actualmente Túnis, a capital costeira da Tunísia. Nasceu na riqueza e no poder de uma cidade que era a força dominante no Mediterrâneo Ocidental. Mas os interesses militares e comerciais da região estavam em conflito com Roma. O pai de Aníbal incutiu-lhe um ódio pela República Romana que duraria por toda a sua vida.

A rivalidade entre as duas potências conduziu às Guerras Púnicas. A primeira começou em 264 a.C. e durou mais de 20 anos. Roma foi a vencedora e impôs condições severas a Cartago, que incluíam a paralisação da sua marinha. Depois de o pai de Aníbal ter sido morto numa campanha militar e de outro oficial ter sido assassinado, os soldados cartagineses em Espanha elegeram Aníbal como seu líder. Conquistou Espanha, estabelecendo uma base para a sua eventual guerra contra Roma. 

Em 218 a.C., começou a sua missão de atravessar os Alpes. A viagem exigia uma logística e uma engenharia sofisticadas.

Para transportar os seus 37 elefantes através dos cursos de água, construiu molhes e pô-los a flutuar em jangadas cobertas de terra. Os seus cavalos eram transportados em grandes barcos ou obrigados a nadar. A viagem a partir de Cartagena, em Espanha, demorou cinco meses, e a travessia dos Alpes demorou 16 dias. Na travessia das montanhas, os seus soldados enfrentaram ataques de guerrilheiros, condições climatéricas adversas e terreno acidentado. Concluiu a travessia com 25.000 homens de infantaria, 6.000 de cavalaria e a maior parte dos seus elefantes.

As suas vitórias em Trébia, no Lago Trasimeno e nas Canárias, são consideradas obras-primas da guerra táctica. Foi sempre capaz de ultrapassar os generais romanos. As tropas de Aníbal devastaram o exército romano, matando pelo menos 15.000 soldados. Muitos foram atirados à água para morrerem afogados. Capturou mais 15.000 romanos e tropas aliadas. As suas tropas interceptaram e destruíram reforços de cerca de 4.000 cavaleiros.

Mas não invadiu a cidade de Roma. Os historiadores teorizam que as suas tropas estavam demasiado cansadas dos combates ou que Aníbal pensava que a cidade estava demasiado bem fortificada. Havia também o problema de os dirigentes de Cartago não lhe fornecerem os reforços e os recursos de que necessitava para continuar a avançar.

Os líderes romanos, como Fábio Máximo e Cipião Africano, aprenderam com as tácticas de Aníbal e com os seus próprios erros. Máximo evitou o confronto directo com as forças de Aníbal, optando, em vez disso, por uma guerra de desgaste e por ataques estratégicos contra os bens cartagineses noutros locais, incluindo o Norte de África. Diz-se que Máximo derrotou Aníbal sem nunca ter ganho uma única batalha decisiva. O ponto de viragem deu-se com a Batalha de Zama, em 202 a.C., em que Africano derrotou Aníbal, marcando o fim da Segunda Guerra Púnica e assegurando o domínio de Roma no Mediterrâneo. O título honorífico de Africanus significa “conquistador de África.”

Após a sua derrota, Aníbal regressou a Cartago, onde se tornou magistrado e foi responsável por reformas económicas e militares. Mas tinha feito inimigos no país e no estrangeiro, e a sua aversão à Roma foi retribuída em igual medida. Os romanos queriam-no como prisioneiro.

Sete anos depois da Batalha de Zama, Aníbal fugiu de Cartago para o exílio. Passou os anos que lhe restaram como hóspede bem-vindo e conselheiro militar nas cortes dos monarcas orientais. Em alguns casos, esteve directamente envolvido na guerra contra os seus inimigos, os romanos.

As circunstâncias da sua morte, por volta de 182 a.C., são desconhecidas. Segundo um relato, quando descobriu que o castelo onde vivia estava cercado por soldados romanos, envenenou-se. Outro relato diz que o seu anfitrião no castelo o envenenou.

Aníbal é considerado um dos maiores tácticos militares e generais da Antiguidade, sobretudo como um estratega brilhante que sabia identificar os seus pontos fortes e fracos e os dos seus adversários.

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