África Precisa de uma ‘Firewall Humana’ para se Proteger do Crime Cibernético

EQUIPA DA ADF

A rápida expansão da tecnologia digital nos últimos anos deixou milhões de africanos vulneráveis a criminosos cibernéticos que procuram enganá-los, enganar as suas empresas e até os seus governos, retirando-lhes dinheiro e informações pessoais.

O problema é tão generalizado que, de acordo com algumas estimativas, estes crimes podem custar aos países africanos até 10% do seu produto interno bruto por ano.

“As ameaças cibernéticas são mais sofisticadas e complexas do que nunca e estão a evoluir rapidamente com novas tecnologias, como a IA [inteligência artificial], que se tornam cada vez mais avançadas todos os dias,” Stu Sjouwerman, director-executivo da empresa sul-africana de segurança cibernética KnowBe4, escreveu recentemente para a publicação online ITWeb.

Olhando para o futuro, Sjouwerman exorta as empresas e os líderes governamentais africanos a concentrarem-se no reforço daquilo a que chama “firewall humana,” educando os utilizadores de computadores e telemóveis sobre os riscos que enfrentam com a fraude online. As técnicas utilizadas incluem o phishing — o envio de mensagens de e-amail ou links com aparência autêntica que podem induzir um destinatário desprevenido a violar involuntariamente a segurança de um sistema informático.

Investir na firewall humana é crucial porque os países africanos enfrentam um grave défice de especialistas em segurança cibernética com formação. O Relatório de Defesa Digital da Microsoft mostra que a procura de competências de segurança cibernética cresceu em média 36% no último ano, só na África do Sul.

“Esta lacuna na escassez de competências não vai ser preenchida tão cedo, deixando as organizações vulneráveis a ataques cibernéticos,” escreveu Sjouwerman.

O mesmo relatório identifica a China, a Coreia do Norte e a Rússia como as principais fontes de ameaças globais à segurança cibernética. No entanto, os governos nacionais não são a única fonte de ataques online. 

As redes criminosas transnacionais utilizam programadores desonestos para criar malware que invade os sistemas informáticos. Os chamados operadores do crime cibernético como serviço podem ajudar os agentes maliciosos a manter reféns os sistemas de água e electricidade ou a roubar às empresas de telecomunicações o seu lucrativo tesouro de dados pessoais dos clientes.

Os países africanos variam muito quanto à gravidade das ameaças à segurança cibernética que enfrentam. O Quénia, a Nigéria e a África do Sul figuram regularmente entre os países africanos que registam o maior número de ataques online.

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